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A montanha-russa do mercado com falas de Lula e Mantega fora da transição

Desde a eleição de Lula, dólar subiu 5%; PEC e discurso favorável a irresponsabilidade fiscal afetam mercado

Por Luana Zanobia Atualizado em 18 nov 2022, 14h49 - Publicado em 17 nov 2022, 18h24

“Não adiantar ficar pensando só em responsabilidade fiscal. Quando você coloca uma coisa chamada teto de gastos, tudo o que acontece é você tirar dinheiro da saúde, da educação, da cultura”, foram essas as palavras de Lula durante sua participação na Conferência do Clima (COP27), na quinta-feira, 17, que geraram um reboliço no mercado financeiro ao criticar o teto de gastos e sinalizar a ampliação de gastos para cumprir as promessas na área social.  “Vai cair a bolsa? O dólar vai aumentar? Paciência!”, exclamou. E foi exatamente isso que aconteceu. O Ibovespa caiu 0,62% aos 109.559 pontos e o dólar subiu 0,63%, a 5,40 reais. Durante o dia, a moeda americana chegou a ser vendida acima dos 5,50 reais, algo que não acontecia desde julho. O anúncio da saída de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda petista da equipe de transição do governo ajudou a amenizar as perdas e o humor dos investidores ao final do dia.

O movimento de um dia ruim no mercado já vinha sendo precificado na véspera, quando o governo apresentou a PEC da Transição, que prevê um furo no teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família, atual Auxílio Brasil, sem estipular um prazo.  Em seu discurso, Lula atribuiu o movimento do mercado aos especuladores. “O dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas é por conta dos especuladores que ficam especulando todo santo dia”, disse.

Desde o dia 31, após a vitória de Lula até o fechamento de hoje, a moeda brasileira já escalou quase 5%, com a cotação subindo de 5,17 reais para 5,42 reais. O dólar mais forte e valorizado frente ao real encarece os custos de produção e pressiona a inflação, uma vez que é preciso gastar mais para adquirir os bens importados em dólares. Os combustíveis, que devem seguir uma nova trajetória de alta devido à defasagem do preço em relação ao mercado internacional, agora também devem adicionar esse novo impacto no câmbio. Além disso, a perspectiva de juros mais altos por mais tempo ou até elevação aumentaram nos últimos dias com as sinalizações de Lula. “Os juros futuros chegaram a abrir o dia com alta de mais de 0,60%, já indicando que o mercado está precificando uma alta de juros acima da média para o ano que vem, provavelmente acima de 16% no médio prazo. O que mais incomoda os investidores é que esse pode ser apenas o trailer do que está por vir”, diz  Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

Segundo Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, o mercado está no radar para os próximos desdobramentos. “Até agora não se sabe quem será futuro ministro da Economia/fazenda, o mercado não tem nenhuma visibilidade. O cenário mais negativo agora é a precificação no aumento da curva de juros. Enquanto ele (Lula) ficar brincando que o mercado financeiro é simplesmente especulação, a gente vai sofrendo aqui as consequências no mundo real”, diz.

A retirada do teto dos gastos com o programa social sem estipular um prazo gera preocupação no mercado para uma “expansão sem freio” nos próximos anos, o que pode gerar ainda pressão inflacionária e elevar o risco fiscal do país.  “Essa forte queda é reflexo do susto de muitos investidores que ficaram incrédulos com a perspectiva do governo estar tentando passar um “cheque especial em branco” através da PEC de Transição, que pode chegar a um gasto excepcional acima do teto na ordem de mais de 200 bilhões de reais gerando um gasto e um déficit público cada vez maior, obrigando o aumento da carga tributária. Tudo isso, por consequência, gera inflação, menos emprego e renda, além de aumentar profundamente a incerteza política e econômica”, diz Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

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