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A brasileira que saiu do Itaú para criar o Nubank, que agora vale mais

CEO do banco digital, Cristina Junqueira detém 2,6% da instituição que abre capital em Nova York e vale mais do que seu antigo empregador

Por Victor Irajá, Luana Zanobia Atualizado em 9 dez 2021, 16h15 - Publicado em 9 dez 2021, 13h11

Dona de um sobrenome conhecido no interior paulista, Cristina Junqueira está a um passo do estreito grupo de mulheres bilionárias do mundo. Simbolizando a meritocracia no sistema financeiro, Cristina fez as malas para encarar um MBA na Northwestern University, nos Estados Unidos, e, de lá, conquistou um emprego no Itaú Unibanco, onde galgou postos, degrau a degrau, até decidir fazer o que muitos considerariam loucura: deixar, no topo da carreira, uma das maiores instituições financeiras do Brasil para iniciar uma empreitada do zero.

Cansada do mercado bancário tradicional e não vendo apoio às empreitadas que tentava, ela se uniu ao colombiano David Vélez e ao americano Edward Wible para fundar o Nubank, uma fintech que passou a oferecer um cartão de crédito sem anuidade e investiu em um relacionamento digital mais próximo do cliente.  

Vélez, que já estava envolvido no universo das startups, via nela uma pessoa fundamental para seus planos, dada a experiência no setor financeiro brasileiro. Ele tinha a intenção de apresentar um produto com taxas menos agressivas do que os tradicionais bancos, pintado (em roxo) com tons de modernidade e tecnologia. O Nubank tornou-se precursor de um mercado que, hoje vê-se, consolidou-se no Brasil: a de instituições financeiras com sua atuação voltada à tecnologia. Para quem duvidava, a “loucura” de Cristina se mostrou a coisa mais sensata (e vantajosa) possível. Aos 39 anos e CEO da Nubank, ela detém 2,6% da instituição que abre capital na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) hoje e está precificada como o banco mais valioso da América Latina.

A instituição ficou avaliada em 41,5 bilhões de dólares. Na conversão para o real, o valor é de aproximadamente 230 bilhões de reais, ultrapassando o próprio Itaú Unibanco, a sua antiga casa, cujo valor é de 37,7 bilhões de dólares. Pois bem: sua fortuna, agora, é avaliada em mais de 6 bilhões de reais.

Junqueira se junta a uma categoria ainda mais seleta dentro do já exclusivo grupo dos bilionários, o das mulheres “self-made”, que não herdaram, e sim fizeram suas próprias fortunas. Este grupo representa menos de 3% das 500 pessoas mais ricas do mundo, segundo o Índice Bloomberg Billionaires. E também se inclui entre os poucos banqueiros bilionários que também são empreendedores, uma vez que esse nicho é repleto de herdeiros de instituições criadas em gerações passadas, algumas delas originadas séculos atrás.

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Nascida em Ribeirão Preto (SP), Cristina mudou-se com os pais para o Rio de Janeiro ainda na infância. Mudou para São Paulo para cursar engenharia de produção na Universidade de São Paulo, antes de embarcar para os Estados Unidos. Em 2013, após sair do Itaú para começar a empreitada do Nubank, descobriu que estava grávida de sua primeira filha, Alice, e conciliou a gravidez com uma startup recém-nascida, na fase de captação de recursos. Em 2014, a empresa lançou seu primeiro produto, o icônico cartão roxo sem anuidade, que chacoalhou o mercado financeiro. Hoje, a empresa tem outros produtos como conta digital, programa de fidelidade, empréstimo pessoal e conta pessoa jurídica, além de operações no México e na Colômbia. 

IPO

O banco digital Nubank realizou sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Nyse nesta quinta-feira, 9, com as ações precificadas a 9 dólares por ação, ponto máximo da faixa indicativa que começava em 8 dólares, atraindo 815 mil investidores pessoas físicas. Por trás da operação, o banco digital conta com o apoio da Berkshire Hathaway, do conhecido megainvestidor e bilionários Warren Buffett, e de Tencent Holdings, Sequoia, Tiger Global e SoftBank Latin America. Apesar do respaldo de gigantes, o banco baixou sua avaliação em 20% semana passada, reduzindo o seu seu valor de mercado em 28 bilhões de dólares.

No início, a avaliação rondava entre 75 bilhões de dólares a 100 bilhões de dólares, caindo para 50 bilhões de dólares até alcançar o patamar atual, ainda considerado alto pelos especialistas, mas desbancando muitos “bancões”. A revisão, no entanto, acontece em meio a cautela com o desempenho fraco das fintechs, a exemplo das ações de Paypal, Stone e MercadoLivre, que acumulam quedas na Nasdaq. Além da maior aversão ao risco com a variante Ômicron, que passou a derrubar bolsas ao redor do mundo, soma-se ainda as expectativas de mudança dos rumos da política econômico com a elevação dos juros.

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