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A bomba deixada por Bolsonaro ao consumidor, segundo equipe de Lula

Equipe de transição afirma que gestão atual deixa conta de 500 bilhões de reais; maior parte corresponde à contratação de termelétricas

Por Luisa Purchio Atualizado em 12 dez 2022, 22h41 - Publicado em 8 dez 2022, 17h19

Uma conta no setor de energia elétrica no valor de 500 bilhões de reais foi deixada como herança pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e terá de ser paga pelo consumidor nos próximos anos. Esta foi a declaração feita por Mauricio Tolmasquim, coordenador executivo do grupo de Minas e Energia da equipe de transição do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, 8.

“Vimos que uma série de ações feitas nesse governo vai deixar uma herança para os próximos governos, que terá de ser paga pelo consumidor de energia elétrica. Tentamos somar todo esse custo a ser pago nos próximos anos e atinge 500 bilhões de reais se trouxermos tudo para hoje em termos nominais”, disse Tolmasquim, que também é professor na escola de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com ele, o principal componente dessa cifra, responsável por 368 bilhões de reais, provém de uma emenda na privatização da Eletrobras, exigida pelo Congresso, que envolveu a contratação obrigatória de termelétricas em regiões remotas do país onde não há escoamento de gás natural. A energia termelétrica, além de ser mais poluente, possui um custo muito superior ao de outros tipos de energia.

“É inaceitável, irracionalidade energética, construir usinas longe do suprimento de gás e do centro de consumo, vai construir gasodutos, linhas de transmissão caríssimas”, disse Tolmasquim. “Temos um fenômeno: o custo da energia elétrica é barato, nossas fontes são baratas, mas a tarifa que o consumidor paga é uma das mais caras do mundo”, disse ele.

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Na cifra de 500 bilhões de reais entraram também despesas como 23 bilhões de reais que foram emprestados ao setor elétrico devido à pandemia de Covid, 6,5 bilhões de reais de empréstimos feitos ao setor devido à escassez hídrica em 2021, além de 39 bilhões de reais em contratação emergencial de termelétricas. E ainda 55 bilhões de reais para pequenas centrais hidrelétricas em reserva de mercado nos leilões de energia, também uma contrapartida exigida pelo Congresso na privatização da Eletrobras.

    Para diminuir essa conta, uma das medidas seria rescindir os contratos com as usinas termelétricas contratadas no leilão emergencial, disse Nelson Hubner, coordenador do subgrupo de energia da equipe de transição. De acordo com ele, a equipe solicitou ao governo Bolsonaro a publicação da portaria com a proposta de rescisão no “Diário Oficial da União”, tema que foi colocado em consulta pública.

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