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‘A agenda continua sendo a de Paulo Guedes’, diz Mansueto Almeida

Em entrevista a VEJA, o secretário de Tesouro diz que a saída do governo não tem a ver com a aproximação de Bolsonaro com o Centrão

Por Victor Irajá Atualizado em 14 jun 2020, 21h32 - Publicado em 14 jun 2020, 21h16

“Ainda bem que hoje é domingo”, brincou um conhecedor a fundo do mercado de ações. Ele não está errado. Investidores estão de cabelo em pé com a notícia de que um dos nomes mais respaldados dentro do Ministério da Economia, o secretário de Tesouro, Mansueto Almeida, pediu as contas. Não é para menos. Há quatro anos na pasta, Mansueto é tido como um nome técnico e essencial para as diretrizes da missão do ministro Paulo Guedes de engendrar a diminuição do tamanho do Estado e seguir ferrenhamente preceitos em prol da responsabilidade fiscal. O burburinho da saída do secretário do governo causou certa apreensão pela aproximação latente do presidente Jair Bolsonaro com os partidos do malfadado Centrão. Entre os nomes cotados para substituí-lo estão membros do Ministério da Economia, como Bruno Funchal, diretor de Programas da pasta, e a subsecretária de Relações Financeiras Intergovernamentais do Tesouro, Priscilla Maria Santana. Em entrevista a VEJA, Mansueto Almeida nega que o flerte do presidente com o fisiologismo tenha influência em sua decisão, que classificou como pessoal, e garantiu que o mantra de ser responsável com as contas públicas continua sendo o norte do governo.

Por que tomou a decisão de deixar o governo? Sou um dos únicos secretários que está aqui desde o governo passado. Eu tinha duas escolhas: ou saía neste segundo semestre, quando o governo vai estar preocupado em engendrar as medidas pós-pandemia, ou ficaria até o final do governo, até daqui dois anos e meio, porque é fundamental que haja continuidade no trabalho a partir deste momento. O importante é dar tempo para que o novo secretário comande neste momento. Foi uma decisão pessoal. Me dou bem com o ministro Paulo Guedes, não houve atrito algum.

A saída do senhor coloca em risco a agenda voltada à responsabilidade fiscal? De jeito nenhum. Minha equipe fica e há dois grandes fiadores da manutenção da agenda: chamam-se Paulo Guedes e o Teto de Gastos, uma determinação constitucional. É importante que eu saia em uma transição coerente e coordenada, para que os investidores percebam que não há nenhuma mudança na diretriz do ministério. A atuação destes órgãos não depende do titular, o Tesouro só foi fortalecido nestes últimos anos.

A saída do senhor tem a ver com a aproximação do presidente Jair Bolsonaro aos partidos do Centrão? Não. Como disse e reitero, é uma decisão pessoal. Já estava conversado com o ministro Paulo Guedes, mas a informação vazou.

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O que fará a partir de agora? Decidi coordenar a saída para o segundo semestre, daqui dois meses. Terei, portanto, de cumprir quarentena até fevereiro para procurar uma nova colocação. Até lá, terei tempo para defender as pautas do governo com maior liberdade. Falo do ajuste fiscal, de diálogo com a própria classe política. Mas preciso descansar.

Já há sucessor definido? Não, mas há bons nomes, mesmo dentro do Ministério da Economia. Há membros que conseguiriam transmitir que as diretrizes não mudaram, que a atuação deste órgão continuará a mesma. A agenda continua sendo a de Paulo Guedes.

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