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51% dos consumidores desconhecem as regras do rotativo

Desde abril, não é possível utilizar a modalidade por mais de 30 dias seguidos mas parte dos brasileiros ainda desconhece a mudança

Por Da redação
Atualizado em 30 ago 2017, 11h37 - Publicado em 28 ago 2017, 18h43

As novas regras do rotativo do cartão continuam um mistério para 51% dos consumidores que utilizam a modalidade crédito. As informações fazem parte do Relatório de Pesquisa Comportamental de Cartão de Crédito do Procon-SP.

Desde abril, os consumidores que não conseguem pagar o valor integral da fatura ficam no rotativo por, no máximo, 30 dias. A partir desse período, o débito pode ser quitado integralmente ou parcelado por meio de outra linha de crédito (confira aqui as regras de cada instituição financeira). A mudança visa evitar o endividamento da população – os juros do rotativo são os mais altos do mercado.

No geral, o consumidor que desconhece as regras do rotativo tem ensino médio completo (24,30%) e possui entre 29 e 39 anos (29,91%), de acordo com a pesquisa.

Para o levantamento, foram entrevistados mais de 300 consumidores. Dentre eles, 20% afirmaram ter feito uso do crédito rotativo a partir de 3 de abril (quando as novas regras entraram em vigor). Entretanto, 40,48% destes consumidores não tinham conhecimento das mudanças.

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Outro dado também foi relevado pela pesquisa do Procon: entre os que fizeram uso do rotativo, 61,90% não conseguiram quitar o valor total da fatura após 30 dias. Os consumidores que tiveram mais dificuldade para pagar a dívida foram aqueles entre 18 e 28 anos (12,50%) – sem contar os trabalhadores com idade acima de 60 anos.

A maioria dos que não pagaram o valor total da dívida (53,85%) financiou a dívida por meio de parcelamentos ofertados na própria fatura. Ainda assim, 42,31% informaram que não fizeram nada para refinanciar a dívida, ou seja, ficaram inadimplentes (neste grupo, 45,45% não conheciam as novas regras).

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Dentre os consumidores que conheciam as regras, a maior parte (27,18%) tem entre 40 e 50 anos, ensino superior completo (35,92%) e teve acesso à informação por meio de veículos de comunicação (63,11%).

Apenas 33,98% dos entrevistados afirmaram ter recebido a notícia pela administradora do cartão de crédito. Segundo o Procon, as empresas deveriam reavaliar a maneira com que essa informação chega aos consumidores “cumprindo assim o seu dever legal que garante ao consumidor a possibilidade de exercer de forma consciente seu papel nessa relação de consumo”.

A maioria dos que tinham conhecimento das mudanças (60%), mas não pagaram o rotativo em 30 dias, declarou que as novas regras do rotativo não ajudam com o endividamento. Ainda assim, no geral, a maioria dos entrevistados (54,37%) afirmou que a mudança evita o acúmulo de dívidas.

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Bancos

Para o Procon, é necessário melhorar o canal de comunicação com o cliente. “Podemos afirmar que a compreensão das informações das faturas apresentou-se diretamente proporcional ao nível de escolaridade, ou seja, quanto maior a escolaridade melhor a compreensão e vice-versa. Tal fator, indica uma possível necessidade de adequação da linguagem ou formato de
apresentação das faturas a fim de garantir a compreensão de todos os consumidores”, informa o órgão.

As instituições financeiras foram consultadas pela reportagem de VEJA para falar sobre a divulgação das novas regras do cartão de crédito rotativo. O Santander não se pronunciou sobre o assunto.

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O Bradesco informou que fez uso dos canais de comunicação para disponibilizar informações e esclarecimentos e ainda mantém um site específico para o assunto, vídeos tutoriais no YouTube, além de informativos nas faturas dos cartões, aplicativos Bradesco Celular e Bradesco Cartões – o envio de mensagens SMS também é frequente para os clientes elegíveis no uso do rotativo.

Segundo o Itaú, a mudança no rotativo do cartão de crédito trouxe benefícios aos consumidores com a redução das taxas de juros praticadas por todo o mercado. O banco informa que realizou campanha para esclarecer aos seus clientes sobre as novas regras, como o envio de correspondências, páginas e vídeos na internet, além de preparar e capacitar os colaboradores que prestam atendimento nas centrais e agências.

“O Itaú realizou conversas com grupos de clientes, representantes de Procons e outros órgãos de defesa do consumidor para identificar oportunidades de aprimorar a comunicação”, informa o banco.

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O Banco do Brasil afirmou que tirou dúvidas sobre as regras do rotativo nas agências e central de atendimento a clientes. Segundo a instituição, ações de comunicação também foram desenvolvidas para informar os clientes, como no site do BB, nos terminais de auto atendimento e posts em redes sociais.

Segundo a Caixa foram realizadas ações de conscientização sobre as mudanças do rotativo, como a mensagem informativa na fatura, envio de SMS para os clientes e divulgação das regras no site do banco.

O atendimento para que as pessoas pudessem esclarecer dúvidas também foi feito nas agências e centrais de atendimento por telefone.

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