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CEO da Lugano explica por que planeja primeira fábrica fora do sul do país

‘O Rio Grande do Sul não tem benefício fiscal para o setor’, diz Augusto Schwingel Luz

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h56 - Publicado em 29 mar 2024, 11h00

Na semana do ano mais aguardada por empresários do ramo de chocolates, a coluna conversou com Augusto Schwingel Luz, CEO da Lugano, com sede em Gramado, no interior do Rio Grande do Sul. Além das perspectivas para a Páscoa, o empresário explica por que a empresa pretende construir uma fábrica no Rio de Janeiro em dois anos.

Existe projeto da Lugano de inaugurar uma fábrica fora de Gramado, no interior fluminense?  Ainda está em fase de projeto (a ideia é que esteja localizada no município de Miguel Pereira). Implantar uma fábrica nova é algo realmente muito demorado, e nossa previsão é para final de 2026. Deve ser uma linha que vá fazer menos produtos em Gramado. Produtos mais automatizáveis, principalmente voltados a tabletes, barras, bombons e trufas. O resto com certeza permanece tudo em Gramado.

A ideia é descentralizar a produção? A principal questão da descentralização é o benefício fiscal do estado do Rio, que outros estados também tem, como Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo. O Rio Grande do Sul hoje não tem nenhum benefício fiscal que ajude nosso setor. Então a gente tem que buscar algumas coisas nesse sentido. Ainda mais agora com o estrondoso aumento do cacau, além de questões logísticas. Hoje a gente traz tudo do sudeste e volta quase tudo para o sudeste. É basicamente por isso.

Renascer fala da produção do cacau em meio a uma preocupação com o meio ambiente. De que forma as indústrias de chocolate podem contribuir com este debate junto ao público? Nesta ligação das indústrias de chocolate é importante pensar sobre a origem do produto (plantações de cacau) e qual o seu impacto ambiental. A má gestão dos cacaueiros leva à baixa produtividade e à derrubada de florestas para novas plantações. A atividade contribui para a destruição de ecossistemas, a perda da biodiversidade, a erosão do solo e a sedimentação em córregos. Juntamente com estas questões do cacau, se destaca a importância do trabalho em conjunto da indústria chocolateira e do governo para transformar o setor cacaueiro em um modelo sustentável e uma agricultura livre de desmatamento.

Qual o papel as empresas neste modelo? Cabe às indústrias escolherem seus fornecedores de cacau e derivados baseado em critérios de sustentabilidade. A busca por adesão a programas de responsabilidade social e ambiental é outro fator preponderante para que a cadeia de produção do chocolate se torne cada vez mais ciente de suas atribuições sociais e ambientais. A Lugano é engajada nestas questões ambientais e sociais, recebe anualmente auditoria de Responsabilidade Social e Ambiental SEDEX/SMETA que, entre outras questões, ajuda a empresa a se adequar às normas internacionais de sustentabilidade como reciclagem, uso consciente dos recursos naturais (água, ar, terra e energia).

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Qual é a origem do cacau utilizado pela empresa? A Lugano, por fazer parte de certificações e programas de responsabilidade e ética, possui robusto sistema de gestão de seus fornecedores. Não só fornecedores de cacau, mas de insumos e embalagens. Este sistema exige que a Lugano somente compre cacau e outros materiais de fornecedores homologados pela empresa. O fornecedor precisa evidenciar uma série de documentos que comprovem sua idoneidade e práticas de qualidade e responsabilidade social. Todo o esforço da empresa em sempre buscar fornecedores cada vez mais qualificados e comprometidos leva a produção do chocolate com qualidade superior.

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Lançamento para a Páscoa: ovo da linha Chico trufado toffee Caramelo com Amêndoas – (./Divulgação)

 

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