Na Câmara, Haddad revela bastidor constrangedor com Romeu Zema
"O Zema estava na minha sala pedindo para pagar o calote que o Bolsonaro deu nele. Eu falei: 'por que o senhor não cobrou do Bolsonaro'", disse Haddad
A passagem de Fernando Haddad pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, nesta quarta, foi marcada por uma série de embates com parlamentares de oposição.
Em parte, o ministro sofreu pela pura falta de articulação da base do governo, que não teve capacidade de formar uma linha de defesa para o chefe da Fazenda durante a reunião.
Parlamentares petistas e o próprio líder do governo até figuraram entre os participantes da audiência com Haddad, mas não impediram que ele fosse fustigado em diferentes momentos por parlamentares bolsonaristas.
O ministro foi para o enfrentamento, por exemplo, com Filipe Barros e revelou até uma passagem constrangedora vivida por ele com o governador mineiro Romeu Zema, apoiador de Jair Bolsonaro.
“Só teve dois presidentes que deram calote: Collor e Bolsonaro. Aí vem o presidente Lula e paga o calote. ‘Ah, olha o déficit que o presidente Lula fez’. Esse déficit, deputado, não é nosso. O filho é teu, tem que assumir a paternidade, faz o exame de DNA que vai saber quem deu calote”, disse Haddad.
“Vocês deram calote nos governadores. Vocês fizeram caridade com o chapéu alheio. Vocês quase quebraram alguns estados brasileiros. O Zema, que é um apoiador do Bolsonaro, em março do ano passado, estava na minha sala pedindo para pagar o calote que o Bolsonaro deu nele. Eu falei: ‘por que o senhor não cobrou do Bolsonaro no ano passado?’ O Castro, o Tarcísio… O Tarcísio ficou um ano sem pagar a dívida de São Paulo, por liminar do Supremo, por causa do calote que o Bolsonaro deu no estado de São Paulo. Aí, o estado de São Paulo ficou sem pagar a dívida. Foram 40 bilhões, deputado. Soma com 90 dos precatórios, quanto é que dá”, disse Haddad.