Atual lei trabalhista torna trabalhador ‘semiescravo’, diz Marinho
Ministro do Trabalho diz que governo vai discutir todos os pontos da legislação vigente
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse nesta quarta durante encontro de Lula com sindicalistas no Planalto que o governo discutirá todos os pontos da legislação trabalhista em vigor no país.
Segundo ele, a reforma trabalhista aprovada no governo de Michel Temer e que criou, por exemplo, a figura do trabalho intermitente, fragilizou a condição dos trabalhadores a ponto de se tornarem “semiescravos”.
Calculando o impacto de suas palavras no setor produtivo e financeiro, o ministro disse, no entanto, que as mudanças pretendidas pelo governo na área do trabalho serão feitas “respeitando a previsibilidade da nossa economia” e com o aval do Congresso.
“Estão tornando o trabalhador praticamente em semiescravo de forma regulada pela atual legislação, que nós vamos visitar uma por uma para poder discutir. Contudo, temos que ter consciência do tamanho e da complexidade das demandas”, disse.
Marinho confirmou que o governo apresentará uma proposta para formalizar trabalhadores de aplicativo de celular que, segundo o ministro, estão submetidos a regime que “beira a trabalho escravo”. Em recado às plataformas digitais, Marinho disse que elas não deveriam se preocupar, mas afirmou que o desejo é resolver a questão “de uma vez por todas”.
“Nós acompanhamos a angústia de trabalhadores e trabalhadores de aplicativos que muitas vezes têm que trabalhar 14, 16 horas por dia. No meu conceito de trabalho, isso beira a trabalho escravo. Aqui as empresas de aplicativo não se assustem. Aqui não tem nada demais a não ser o propósito de valorizar o trabalho e trazer a proteção social. Um trabalhador de entrega numa moto ou numa bicicleta que venha a se acidentar, quem o protege? É essa a questão que queremos resolver de uma vez por todas”, disse o ministro.