Reforma sonhada por Lira já sofre resistência na base do governo
Mudanças na administração pública estão longe de ser prioridade para lideranças petistas, que tem outras ideias em mente
Se depender do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a Casa tratará a reforma administrativa como uma prioridade tão logo as reformas de tributos sejam aprovadas em definitivo. De todas as reformas estruturantes em discussão nos últimos anos, a administrativa seria a única que resta ser levada adiante, segundo o parlamentar. A visão de Lira, no entanto, já sofre grande resistência na base governista. “Não é uma prioridade, além de que essa pauta ainda precisaria ser muito afinada na Câmara, assim como foi com a reforma tributária”, diz um influente parlamentar petista ao Radar Econômico, minimizando benefícios de mudanças no funcionalismo.
No Partido dos Trabalhadores (PT), há quem elenque uma série de outras pautas que seriam supostamente mais urgentes do que a reforma administrativa, como medidas para a digitalização de serviços públicos e uma reforma do pacto federativo. Medidas notoriamente mais palatáveis à base eleitoral do partido, diga-se. Até o momento corroborando com a resistência de segmentos petistas ao tema, o Ministério da Fazenda trata a reforma administrativa como um não assunto.