Quem vai vencer o cabo de guerra da gasolina no governo Lula?
VEJA Mercado: assunto é prova de fogo para a autonomia de Fernando Haddad
A novela em torno da possível reoneração dos impostos federais e estaduais sobre os combustíveis precisa acabar nesta terça-feira, 28. Se o governo nada fizer, os preços do litro gasolina e do etanol vão amanhecer 69 centavos e 25 centavos mais caros na quarta-feira, 1°, respectivamente. Quem vai levar a melhor dentro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva? Enquanto a ala política defende a prorrogação da desoneração por mais dois meses, a ala econômica defende a imediata reoneração dos tributos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou a possibilidade de a Petrobras criar uma espécie de “colchão” para suavizar a alta nos preços. Levando em conta a atual política de preços da companhia, que busca a paridade com o mercado internacional, o efeito seria quase irrisório. A única fresta que permite uma redução nas refinarias faria o aumento da gasolina cair de 69 centavos para 53 centavos. Além disso, o efeito nas bombas não seria imediato, uma vez que passaria a valer apenas quando os postos renovassem os estoques.
No mercado, as tensões aumentam diante da possibilidade de a Petrobras “pagar o pato” da reoneração dos combustíveis. O presidente se reúne com Haddad e Jean Paul Prates, presidente da estatal, nesta manhã para bater o martelo sobre o tema. O mercado e os consumidores estão de olhos bem abertos e atentos para entender os efeitos da primeira prova de fogo do governo no campo dos combustíveis.