Plano de fertilizantes ajuda no longo prazo, mas não resolve curto prazo
Agricultores seguem preocupados com risco de desabastecimento por causa da guerra
Os especialistas que acompanham de perto o setor do agronegócio dizem que o plano de fertilizantes lançado nesta sexta-feira, 11, pelo governo federal foi exatamente o esperado: ajuda o longo prazo, mas não traz alternativas concretas para o curto prazo. Isso significa que o risco de desabastecimento segue na medida em que a guerra avança. As cotações do MAP, o fosfato monoamônico, por exemplo, bateram 1.300 dólares a tonelada nesta semana, segundo Jeferson Souza, da consultoria Fertilizantes Agroinvest Commodities. Na primeira semana da guerra era de 1000 dólares a tonelada. A depender do tempo de duração da guerra, o agronegócio terá dificuldades para conseguir fertilizantes para a safra 2022/2023 e tradings já alertam para o risco de não terem o suficiente para fazer as entregas, mesmo as já contratadas. Isso porque o Brasil é altamente dependente dos fertilizantes da Rússia e outros produtores mundiais sinalizam que não devem aumentar significativamente suas produções para suprir a falta dos russos. Os agricultores brasileiros tem em média até junho para garantir os fertilizantes.
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