O tombo histórico da Americanas na bolsa de valores brasileira
VEJA Mercado: Empresa cai mais de 70% e acentua crise com investidores; impacto negativo também se reflete nas ações de fornecedores, bancos e concorrentes
O rombo de 20 bilhões de reais previsto no balanço das Lojas Americanas deve ter impacto gigantesco para as ações na bolsa de valores nesta quinta-feira, 12. A companhia anunciou na noite da quarta-feira, 11, que identificou a inconsistência nas operações de financiamento de compras, nas quais a varejista é devedora, e que não estão adequadamente registradas nas demonstrações financeiras divulgadas no terceiro trimestre do ano passado. O volume expressivo é maior que o valor de mercado da própria companhia e equivalente ao capital das outras varejistas Magazine Luiza (20,2 bilhões de reais) e Lojas Renner (20,2 bilhões de reais), segundo cálculos do TradeMap.
Em uma teleconferência fechada para clientes do BTG Pactual, Sergio Rial, agora ex-CEO da companhia, afirmou que o objetivo é manter a Americanas funcionando com seus 9 bilhões de reais em caixa. Ele disse que não vê impacto para a companhia no curto prazo, “a não ser que os bancos decidam acelerar a dívida” — o que é um risco iminente. Para ele, a companhia é capaz de gerar mais capital de giro para sobreviver. Temerosos, os acionistas correram para retirar seu volume injetado na empresa. A Americanas, no pré-mercado desta quinta-feira, 12, estava com queda expressiva de mais de 70%. As varejistas Via (dona das Casas Bahia) e Magazine Luiza caem mais de 10% cada, enquanto o banco Santander e a Ambev também oscilam para baixo, em um movimento que deve contaminar diversas companhias no pregão.