O pesado efeito do reajuste da gasolina nas contas de inflação
VEJA Mercado: corretoras elevam projeções de inflação depois de aumento nos preços do combustível
A Petrobras reajustou em 7,46% os preços da gasolina nas refinarias. É o primeiro aumento desde junho do ano passado e que já passa a valer a partir desta quarta-feira, 25. Algumas corretoras já colocam na ponta do lápis o efeito que esse reajuste terá sobre os números de inflação no país. Para o Itaú BBA, o peso será de 0,20% na inflação de fevereiro. Já a Tenax Capital elevou de 5,8% para 6,3% a inflação para o ano. “A expectativa de inflação para o ano foi revisada para cima pelo grupo transportes e o reajuste de gasolina. Em momento de desancoragem das expectativas, não são boas notícias”, afirma Débora Nogueira, economista-chefe da casa.
Os cálculos ainda não levam em conta uma eventual reversão da suspensão de impostos federais e da diminuição de impostos estaduais sobre os combustíveis. Esse é o maior ponto de atenção para os economistas do banco Credit Suisse. “Nos próximos meses, o foco principal é se haverá devolução dos impostos federais (PIS e Cofins) e do imposto estadual (ICMS) sobre combustíveis. Projetamos inflação de 5,8% para o IPCA em 2023, sem retorno dos impostos federais ou estaduais sobre combustíveis”, escrevem em relatório.