O corajoso relatório da Rio Tinto que expõe a cultura de racismo e estupro
Mineradora australiana expôs suas entranhas. Mas acaba trazendo à tona uma realidade do setor, segundo especialista no assunto
A mineradora australiana Rio Tinto, que também atua no Brasil, divulgou nesta semana um inédito e corajoso relatório que traça uma cultura de assédio, racismo e bullying que a própria empresa encontrou entre seus funcionários. O presidente da mineradora, Jakob Stausholm, chegou a dizer que os resultados eram “perturbadores”. E são mesmo. Quase metade de todos os funcionários que responderam a uma pesquisa sobre a cultura da empresa disseram que foram intimidados e que o racismo era muito comum. Ainda foram relatados 21 queixas de estupro ou agressão sexual.
A brasileira Jamile Cruz, fundadora da I&D 101 e que atua no setor de mineração para transformação das empresas no fortalecimento da inclusão e diversidade, diz que o relatório divulgado pela Rio Tinto demonstra muitos dos problemas encontrados frequentemente na indústria de mineração. “Esse tipo de iniciativa e o compartilhamento público é um começo”, disse Jamile à coluna. “A necessidade de compromissos corporativos e da adoção de indicadores de desempenho serão essenciais nesse processo mudança de cultura.”