Num dia, não ia ter reforma, no outro, ela foi aprovada de supetão
VEJA Mercado: texto atingiu em cheio as ações pagadoras de dividendos, que recuaram expressivamente na semana e ajudou a bolsa a fechar no negativo
O assunto da semana na bolsa de valores foi a reforma do imposto de renda. Após um PIB no zero a zero que decepcionou os economistas na quarta-feira, a votação do texto na Câmara no dia seguinte acabou de vez com o bom humor dos investidores. “O mercado estava dando graças a Deus que a proposta não seria mais votada, mas ela foi colocada em pauta e aprovada em moldes discutíveis”, diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus. O setor bancário foi um dos grandes impactados. Santander, Bradesco e Itaú derreteram 6,80%, 4,44% e 3% na semana, respectivamente.
A Petrobras, também prejudicada pelo texto da reforma, segundo os analistas, ainda foi afetada pelas falas em que Bolsonaro sugere interferência nos combustíveis pressionando os papéis, que fecharam a semana em queda de 7,29%. “Importante lembrar que a reforma em momento algum agradou o mercado. Somado a isso existe a preocupação com a recuperação da economia, já que a ação é correlacionada ao cenário macroeconômico, e a possível influência do governo na gasolina, que não é positiva para a companhia”, avalia Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital. O Ibovespa fechou a semana em queda de 3,10%, e com as manifestações de 7 de setembro no radar para os próximos pregões.