Governo Bolsonaro cortou em 70% Orçamento para transporte público
Relatório do Inesc aponta que governo apoiou projeto que transfere recursos diretamente à iniciativa privada, sem transparência
Em três anos de governo, a gestão Bolsonaro cortou em 70% o Orçamento para o transporte público urbano. Em 2019, foram executados 1,23 bilhão de reais contra apenas 368 milhões de reais em 2021. Os dados estão no relatório “A Conta do Desmonte” feito pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), que será divulgado na próxima segunda-feira e faz uma radiografia do Orçamento federal durante o governo Bolsonaro. O transporte público urbano é de responsabilidade das prefeituras, mas o governo federal faz repasses para apoiar os municípios. “No Brasil, o transporte público foi terceirizado para empresas privadas, que cobram por passageiro e não por quilômetros rodados, fazendo com que haja menos veículos, que transitam superlotados”, diz o relatório.
O relatório diz ainda que o governo apoia projeto de transferência de R$ 5 bilhões para empresas, com aval de prefeitos. “Durante a pandemia, várias empresas de transporte entraram em crise devido à redução de passageiros, então, foi aprovado no Congresso Nacional, projeto que previa o repasse de recursos a prefeituras, com contrapartidas e mais transparência. No entanto, o projeto foi vetado pelo presidente da República e, posteriormente, aprovaram no Senado outro projeto que transfere recursos às empresas, sem qualquer transparência, reforçando o modelo perverso executado na maioria dos municípios, que não subsidiam o transporte, ou quando fazem, também vão diretamente às empresas e sem as devidas prestações de contas públicas.”
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