Fintech investe em royalties de músicas de Marília Mendonça
Hurst Capital, que atua no segmento de royalties musicais, abocanha 1.704 obras de compositores de sucessos sertanejos
Nos últimos anos, um modelo de investimento insólito começou a ganhar tração: os royalties musicais. Em vez de investir em ações de uma específica empresa, o investidor, nesse caso, adquire uma parcela de direitos sobre uma canção, o que gera receita a cada reprodução — seja em shows, apresentações na TV, no rádio ou em plataformas de streaming. A fintech Hurst Capital, precursora nesse tipo de estratégia de diversificação dos ativos, acaba de firmar um acordo com os compositores Diego Ferrari e Guilherme Ferraz, autores de alguns dos maiores sucessos do momento na música sertaneja. Ao todo, o acordo envolve 1.704 obras, que passam a ter custódia da financeira, incluindo hits de cantores de renome como Gusttavo Lima, Maiara & Maraísa, Simone e Simaria e Marília Mendonça, que faleceu recentemente num trágico acidente aéreo.
O catálogo ainda aposta no futuro, pois abrange também as composições dos próximos três anos da dupla. Assim será possível que o investidor busque rentabilidade não só em composições já consagradas, mas também no mercado futuro de royalties musicais dos dois compositores que já registraram mais de 1,2 bilhão de plays no Spotify. A operação foi batizada internamente de “Hits da Sofrência” e acompanha a retomada dos shows sertanejos no país. Dado o sucesso do gênero musical no Spotify, onde quase metade dos hits entre as 100 músicas mais tocadas é de sertanejo, a aposta tem tudo para ser certeira. A projeção do cenário-base, calculado pela empresa, é de uma rentabilidade de 19,14% ao ano, ou 246,97% do CDI. O prazo é de 48 meses. Segundo projeções do banco Goldman Sachs, o mercado de streaming musical mundial deve atingir a faixa de cerca de 40 bilhões de dólares até 2030.