Ex-CEO da Itapemirim Linhas Aéreas deixou cargo ao desconfiar de aportes
Tiago Senna, que estruturou a operação aérea da Itapemirim, disse à coluna que 'não entrada de investidor foi fator preponderante' para saída do projeto
Contratado em 2020 para ser o CEO da Itapemirim Linhas Aéreas, o executivo Tiago Senna contou ao Radar Econômico que abdicou da posição de liderança por desconfiar dos aportes prometidos para a empresa — o dono do grupo, Sidnei Piva, prometia um aporte de 2,1 bilhões de reais por meio de um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos. “A não entrada do investidor foi fator preponderante de minha negativa em assumir a empresa, sendo esse o motivo de eu não continuar como CEO da aérea, inclusive antes do primeiro voo. Minha saída posterior do grupo se deu por motivos de foro íntimo, uma vez que os novos negócios não estavam alinhados com meus princípios”, disse Senna, à coluna.
Em entrevista à coluna em fevereiro, Piva projetava uma frota robusta de aviões, incluindo a reinserção da empresa no mercado de cargas aéreas. Ele projetava, ainda, um IPO robusto para meados de 2024, com avaliação em 2 bilhões de dólares na bolsa de valores. O que se viu, no entanto, foi algo diferente. Hoje, há uma debandada na empresa, com centenas de voos cancelados e demissões. Além disso, credores pedem a destituição de Piva do comando do grupo em recuperação judicial.
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