Demissões na Loggi indicam fim de modelo das startups?
Momento desafiador para atração de investimento deve persistir por mais tempo, segundo especialista
Empresa do ramo de entregas, a Loggi se somou à lista de startups que realizaram demissões em massa de funcionários neste ano de 2022. Com cerca de 3.600 funcionários, 15% foram dispensados na última segunda-feira, 8, totalizando mais de 500 pessoas. Em nota, a companhia atribuiu a ação à busca por maior eficiência e sustentabilidade para o negócio. Outras notáveis que também integram a lista são Quinto Andar, Loft e Ebanx.
Bruno Diniz, professor de inovação na Universidade de São Paulo (USP), avalia que o mau momento das startups ainda deve durar um tempo significativo e é generalizado entre quem adere a esse modelo de negócio. “Essa fase de dificuldade em angariar investimento deve durar ao menos mais um ano. Não é algo setorial, que depende do produto ou serviço oferecido pela empresa, há um questionamento geral do mercado”, diz.
O possível pico na alta dos juros brasileiros, que desestimulam investimentos em startups, não deve ter um efeito significativo nesse cenário, segundo Diniz. “Os juros são apenas um elemento da equação, ainda há muita incerteza no mercado e o cenário internacional também influencia. Ou seja, apertem os cintos”, afirma o professor.
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