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Bolsa fecha abaixo dos 120 mil pontos e praticamente zera ganhos do ano

VEJA Mercado: política, inflação, juros, China e Afeganistão: a tempestade que derrubou a bolsa de valores

Por Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 ago 2021, 17h44

VEJA Mercado fechamento, 16 de agosto.

A segunda-feira foi de estresse no mercado financeiro. O encadeamento de notícias ruins a níveis nacional e internacional culminou numa queda vertiginosa do Ibovespa. O índice recuou 1,66% no dia, fechando abaixo dos 120 mil pontos pela primeira vez desde maio. Com isso, praticamente zerou os ganhos obtidos no ano. Segundo os analistas, os fatores que influenciaram negativamente a bolsa já são velhos conhecidos das últimas semanas: risco fiscal, crise política, inflação e juros. O mercado segue muito insatisfeito com a PEC dos precatórios e as constantes quedas de braço entre o Executivo e o Judiciário. Para piorar, o Boletim Focus desta semana estimou uma nova alta do IPCA, para 7,05% ao final do ano, e da Selic, a 7,5% ao ano até o fim de 2021, assim como também revisou para baixo a previsão do PIB deste ano, agora em 5,28%. “O cenário nacional não está favorável para o risco. Hoje, ainda tivemos fatores de ordem internacional que também prejudicaram bastante os papéis”, diz Scott Hodgson, gestor da Galapagos Capital.

Embora não seja o fator mais determinante na balança, a tomada do Afeganistão pelo Talibã é mais uma notícia ruim que contribui para o mau humor do mercado. Todavia, o barulho internacional que desagradou mesmo os investidores foi a China. A produção industrial no país cresceu 6,4% em julho, abaixo dos 7,8% estimados pelo mercado, assim como as vendas no varejo e os investimentos em ativos fixos, que também decepcionaram. Usiminas e CSN fecharam em quedas de 5,30% e 2,72%, respectivamente. O cenário ruim também afetou a Petrobras, que fechou em queda de 2,42% após sucessivas altas na semana passada.

Os papéis da CVC recuaram 8,56%, o pior desempenho do dia após a divulgação de um resultado que em nada agradou o mercado. A maior alta do dia ficou por conta da Qualicorp, que subiu 3,85%, mas é preciso lembrar que as ações já recuaram 23,49% somente em agosto, após a divulgação de um resultado abaixo do esperado. Diante de um cenário de incertezas e de fortes quedas no índice Ibovespa, o investidor corre para o dólar. A moeda americana fechou em alta de 0,68%, a 5,28 reais.

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