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Autoridades estão no encalço de carros-fortes por suspeita de cartel

Cade chileno pede condenação de Brink's, Prosegur e Loomis por suposta combinação de preços no país; no Brasil, investigações estão em andamento

Por Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 nov 2021, 17h59

O Tribunal de Defesa da Livre Concorrência do Chile, o equivalente no país ao brasileiro Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico, o Cade, pediu a condenação de três transportadoras de grandes valores — as proprietárias dos carros-fortes que circulam pelas ruas — por um suposto cartel no país. Prosegur, Brink’s e Loomis são acusadas pelo órgão de combinar preços e serviços entre os anos de 2017 e 2018. A multa prevista é de 64 milhões de dólares. A ex-diretora comercial da Brink’s, Marcela Ferrada Culaciati, revelou os detalhes do possível esquema de negociações após fechar um acordo de delação premiada em outubro de 2018.

Importante lembrar que, em dezembro de 2020, a Superintendência Geral do Cade brasileiro instaurou um inquérito administrativo para apurar um esquema semelhante no país entre empresas como Brink’s e Prosegur, e as investigações estão em andamento. Na Espanha, Prosegur e Loomis foram condenadas por cartel em 2016 e tiveram de pagar uma multa de 46.4 milhões de euros.

Procurada pelo Radar Econômico, a Brink’s disse, em nota, que “segue as reconhecidas práticas de governança corporativa e transparência do Grupo Brink’s e a unidade de negócios da empresa no Chile analisa o requerimento apresentado pelo órgão que regula a concorrência de mercados naquele país”. A empresa diz ainda que “eventuais esclarecimentos serão prestados diretamente às autoridades competentes”.

Já a Prosegur disse que colabora com o Cade chileno desde o início da investigação. “O direito de defesa junto ao TDLC teve início somente após o requerimento da FNE e, dentro do prazo estabelecido, a empresa apresentará sua defesa em cumprimento à legislação chilena. Independentemente do requerimento, é importante destacar que o fato não pressupõe que existia responsabilidade ou participação da empresa nas ações imputadas. Sobre o processo no Brasil, a companhia alega que já apresentou sua defesa. “Vale destacar que as alegações contidas na representação são temas já enfrentados anteriormente pelo Cade nos últimos processos de aprovação de aquisição de empresas submetidos ao próprio órgão e vieram desacompanhadas de qualquer documentação que as comprovasse, razão pela qual, inclusive, a empresa está confiante no breve arquivamento do referido procedimento”, afirmou. A Loomis não retornou os contatos da coluna.

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