Apex reúne empresários na Flórida por investimento estrangeiro
Evento contou com mais de 150 investidores e representantes consulares interessados em colocar dinheiro no Brasil

O investidor brasileiro descobriu a Flórida. Agora a Flórida precisa descobrir o Brasil. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) reuniu, em parceria com a Central Florida Brazilian American Chamber of Commerce, Kroll e BVA Advogados, mais de 150 empresários e representantes consulares em Orlando, na Flórida. O evento, que ocorreu na quarta-feira, 15, tratou de discutir a performance da economia brasileira e seus desafios para 2024. “O Brasil está aberto a negócios”, diz Alexandre Pierantoni, diretor e head de finanças da Kroll.
O Brasil esta bem posicionado globalmente, marcado pela instabilidade da política monetária dos Estados Unidos, com aumento da taxa de juros e custo de capital, guerras e a desaceleração da China. “O Brasil será o país com menor queda das atividades de fusões e aquisições do mundo, com aproximadamente 7% e mantendo patamar recorde de cerca de 1 600 transações anunciadas no ano”, diz Pierantoni. Globalmente, são cerca de 42 mil operações desse tipo por ano, mas estão em queda de 15%. Na América Latina, o tombo é ainda maior: 34%. “As potencialidades do Brasil nos transformaram em uma oportunidade singular para investimentos em infraestrutura, tecnologia, e energias renováveis”, diz Felipe Barreto, da Barreto Veiga Advogados. “O ambiente legal e regulatório do país se fortaleceu ao longo dos últimos anos, em especial por conta da Lei da Liberdade Econômica, Marco Legal do Saneamento, Marco Regulatório da Geração Distribuída e a tão aguardada Reforma Tributária”, completa.
No encontro, os setores que mais chamaram atenção do investidor estrangeiro foram Infraestrutura, Serviços, Tecnologia e, evidentemente, agronegócio. “Os setores de produtos de consumo e industriais continua relevante e atrativo. A cauda será mais longa no setor de varejo, que continuará ainda impactados pelo custo de financiamento, combinado com ainda alto endividamento da população”, diz Pierantoni.
Em 2023, o mercado de capitais engatinhou. Foram 18 follow-ons e, até outubro, 30 bilhões de reais em movimentação. O recorde do Brasil, no auge de liquidez de 2021 (e a custo de capital baixo) foi de 76 IPOs e follow-ons, movimentando mais de 127 bilhões de reais. “O Brasil conseguiu antecipar alguns movimentos e estamos numa curva de recuperação e busca da normalidade à frente de outros países, mas os desafios internos continuam: olhar o caixa é sempre importante, mas o país está olhando muito para o ângulo arrecadação e menos ao da despesa”, completa Pierantoni.