Apex articula expansão do Banco do Brasil em Portugal a pedido de Lula
Em entrevista à coluna, presidente da agência diz que tratativas para escritório em Lisboa estão no fim

O presidente da Apex, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Jorge Viana, tem trabalhado pela aproximação entre Brasil e Portugal, numa articulação que vai além dos limites da agência. “Sumiram com o Banco do Brasil em Portugal. O presidente Lula me orientou que os portugueses não tem Banco do Brasil. Dentro das minhas limitações, vou procurar a presidente do BB e pedir que isso seja apreciado”, diz em entrevista ao Radar Econômico.
O BB tem operação em Portugal, mas parte dos serviços prestados no país, especialmente a pessoas físicas, foi encerrado em 2017. A Apex considera muito relevante para a relação Brasil-Europa e para o acordo entre Mercosul e União Europeia que o banco expanda sua presença no país de língua portuguesa, tido como a porta de entrada do Brasil no continente. “Portugal é a nossa identidade pela língua portuguesa na Europa e nós somos a identidade de Portugal na América Latina. Foi um grande erro (a redução da presença do BB no país)”, complementa o presidente da agência.
Entre iniciativas referentes à própria Apex, um escritório da agência em Lisboa está em vias de ser aberto, como prometido pelo governo federal em abril deste ano. “Estou correndo para resolver logo isso. Não tem prazo, porque os prazos são os possíveis. Avalio que já estamos um pouco atrasados, mas queria resolver isso antes do final do ano”, diz Viana. O governo português ofereceu alguns espaços em prédios públicos para abrigar a Apex, sob a cobrança de uma taxa — alternativa de menor custo e que a Apex diz não ser propriamente uma relação comercial. O presidente da agência diz ter visitado todos os prédios e costura as tratativas finais. O Sebrae terá presença no espaço, a fim de apoiar startups, e a Embratur e a Fiocruz serão convidadas a também ter representantes instalados no local.
Questionado se o imbróglio jurídico enfrentado pelo primeiro-ministro de Portugal, António Costa, pode ter algum efeito nas negociações, Viana tranquiliza. “Não influencia. Nós conversamos muito com o presidente Marcelo (Rebelo) e o ministro António Costa segue ministro. Me parece que agora quem está recuando é o Ministério Público de Portugal (em relação à suspeita de corrupção no governo). Não vou entrar nesse mérito porque sou contra esse negócio de denuncismo. Já fui vítima disso, então não vou nem entrar no mérito”, diz.
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