A semana mais curta que valeu por um mês
VEJA Mercado: semana teve ataques de Bolsonaro ao Supremo, reação da corte, recuo do presidente e até Michel Temer
Uma semana com feriado no meio costuma ser mais tranquila para os mercados, mas o 7 de Setembro prometeu grandes confusões e entregou. As falas golpistas de Bolsonaro aos seus apoiadores em Brasília e em São Paulo, no entanto, foram tiros que saíram pela culatra. A reação foi imediata, e o impeachment por crime de responsabilidade foi cogitado por Luiz Fux, presidente do STF, e até pelos partidos do centrão, então aliados do presidente. O Ibovespa despencou na quarta-feira,8, e o dólar disparou. “O ponto é que caiu a ficha de que a agenda de reformas e privatizações foi definitivamente colocada de canto”, argumenta Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama Investimentos.
Na quinta-feira, um recuo que pegou todos de surpresa. Escorado na figura do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro publicou uma Declaração à Nação em que pediu desculpas e até elogiou Alexandre de Moraes, o ministro do Supremo que ele havia dito que deveria ser tirado do cargo. O mercado ainda está desconfiado. “Só acreditamos na prática. Na teoria, o presidente já recuou nos ataques inúmeras vezes, mas voltou a subir o tom depois”, diz Flávio Aragão, sócio da 051 Capital. Após subir 1,72% na quinta, a bolsa voltou a cair 0,93% na sexta. No acumulado da semana, queda de 2,05%, à espera dos próximos capítulos…