A privatização da Eletrobras também esbarra no preço
Preço mínimo ainda sofrerá escrutínio do TCU, mas investidores já mostram desinteresse
O governo trabalhou incansavelmente para que o Tribunal de Contas da União (TCU) mantivesse o cronograma para a privatização da Eletrobras, depois que o ministro Vital do Rego pediu vistas do processo na reunião desta quarta-feira, 15. Mas o TCU não é o maior problema do governo. Fontes que ajudam a estruturar a operação e conversam com investidores contam que o problema da Eletrobras, neste momento, é preço. No mercado do jeito que está, e sem perspectiva de melhora para o próximo semestre, o preço mínimo de 40 bilhões de reais não é atrativo para os investidores, especialmente com o fato de que a estatal não poderá ser vendida para um investidor estratégico, ou seja, alguma empresa do setor que pode se beneficiar de um novo ativo de energia.
Se por um lado, os investidores acham o preço mínimo elevado, por outro lado, o Tribunal de Contas acredita que ele é baixo. O preço ainda entrará no escrutínio do TCU. O Tribunal já iria fazer recomendações de ajustes na precificação ontem mesmo, mas acabou deixando para o próximo ano. Por enquanto, as apostas são a de que as chances de o governo vender a empresa no próximo ano, a tempo de não entrar no calendário das eleições, são bem pequenas.
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