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A dura reação do mercado a novas falas de Lula e temor de recessão nos EUA

VEJA Mercado: presidente critica independência do BC e metas de inflação da instituição, enquanto recessão volta a assombrar americanos

Por Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jan 2023, 16h40 - Publicado em 19 jan 2023, 09h36

As bolsas asiáticas e europeias, assim como os futuros americanos e brasileiro, negociam em baixa na manhã desta quinta-feira, 19. Na cena local, os investidores reagem mal à entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedida à GloboNews na noite de ontem. O presidente classificou como “bobagem” a independência do Banco Central e criticou a meta de inflação de 3,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Na visão de Lula, o correto seria 4,5%. “É uma bobagem achar que um presidente de um Banco Central independente vai fazer mais do que fez o Banco Central quando o presidente é quem indicava. Eu duvido que esse presidente do Banco Central seja mais independente do que foi o Meirelles”, disse. “Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,5%. Quando você faz isso, você é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir aqueles 3,5%. Por que precisava fazer 3,5%? Por que não fazer 4,5%, como nós fizemos?”, indagou.

As falas foram mal recebidas por algumas alas do mercado por trazerem a leitura de que o governo pode ser leniente à alta de preços e que pode buscar mudanças nas metas de inflação. “Em suma, o discurso de Lula, no tocante à economia, parte que nos toca, chegou a ser o oposto do que defende inclusive o seu ministro da Fazenda, sobre fiscalismo e independência do Banco Central”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. Por volta de 9h30, o dólar comercial negociava em alta de 1,30%, cotado a 5,228 reais.

Nos Estados Unidos, a Microsoft anunciou uma nova rodada de demissões de 10 mil funcionários e alimentou os temores de uma recessão econômica no país. Alguns membros do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, já falam em reduzir o ritmo de alta de juros no país para não provocar ainda mais danos à atividade econômica local, mas a tese não é unânime. É como se a instituição estivesse entre a cruz e a espada para combater a inflação e evitar uma recessão. A falta de previsibilidade e o cenário de possíveis mudanças nas políticas do Fed levantam incertezas entre os investidores estrangeiros e provocam os movimentos de baixa nesta quinta-feira.

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