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Por Renato Meirelles
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
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Os juros do rotativo e o consumo das classes C, D e E

Medidas que entraram em vigor na semana passada impactam na diminuição da inadimplência e no aumento de crédito para a população de baixa renda

Por Renato Meirelles 10 jan 2024, 12h06

A decisão de estabelecer os juros do rotativo e da fatura do cartão em até 100% da dívida, como regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional e que passou a valer em janeiro deste ano, é o que podemos chamar de agiotagem institucional. É uma frase forte, eu sei, mas veja bem, a medida é acertada. Ainda que 100% seja um valor alto, em especial se compararmos aos juros da taxa Selic, é uma medida que beneficia os consumidores de baixa renda e poderá determinar como ficará o consumo das classes C, D e E em 2024.

Afinal, cobrar mais de 450% ao ano em taxas de juros é mais do que qualquer consumidor de baixa renda pagaria para um agiota do bairro em que mora, por exemplo. Não existia nenhuma modalidade de crédito que cobrava mais juros do consumidor do que os do rotativo. E ele é o verdadeiro responsável pela inadimplência que observamos no Brasil atualmente.

Em um País em que o cartão de crédito é usado para complementar a renda, sendo uma ferramenta primordial para que diversas famílias possam comprar desde bens de necessidade até realizar sonhos, também é fundamental pensar na importância da modalidade de parcelamento sem juros, cuja mudança ou extinção chegou a ser debatida.

Dados do Instituto Locomotiva mostram que sete em cada 10 brasileiros teriam que adiar um sonho se não tivessem opção de realizar compras parceladas sem juros. E 67%, por exemplo, só conseguiram comprar roupas graças ao parcelamento sem juros, 71% eletrônicos, e 76% eletrodomésticos. Outro apontamento relevante mostra que 73% concordam com a frase “tem medo de que eu a minha família passemos necessidades” caso não tivesse a possibilidade de parcelar sem juros itens como alimentação, medicamentos e higiene básica.

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A economia real precisa enxergar os brasileiros que gastam mais de um salário-mínimo no consumo da cesta básica. Não podemos viver em um mundo em que se acredita que o brasileiro entra no parcelado porque quer. O brasileiro entra no parcelado porque é a única forma de garantir o consumo. Se a geladeira de uma família de baixa renda quebrar, eles não terão condições de pagar à vista. O consumidor de maior renda sim. Isso significa que, se acabar com o parcelado sem juros, o consumidor de menor renda iria pagar mais caro por uma geladeira do que um consumidor das classes AB. Como isso pode ser justo?

Se as medidas que entraram em vigor na semana passada vão levar a uma queda ainda maior dos juros, apenas o tempo poderá dizer. Mas começamos a ver um caminho de redução da taxa de juros, que junto com o programa Desenrola, deve levar à diminuição da inadimplência e ao aumento do crédito para a população de baixa renda – incentivando toda a economia.

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