Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Neuza Sanches
Negócios, Mercados & Cia
Continua após publicidade

O arcabouço fiscal já era?

Para lideranças do mercado financeiro e empresarial, a revisão da meta fiscal feita pelo governo jogou uma pá de cal no prometido ajuste das contas públicas

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 abr 2024, 13h23 - Publicado em 22 abr 2024, 08h01

A aprovação do atual arcabouço fiscal, no ano passado, deu esperanças a muita gente de que o governo poderia vencer as divisões internas e se voltar concretamente para o equilíbrio das contas públicas. À época, o mercado reagiu a essa expectativa positiva, com alta na bolsa de valores e queda do dólar. Se não era um sistema perfeito, pelo menos indicava uma direção, diziam os seus defensores.

A mudança recente anunciada pela equipe econômica nas metas fiscais de 2025 e 2026 acabou provocando grandes fissuras nessa estrutura. Numa só tacada, o governo admitiu que a estratégia de tocar o ajuste só pelo lado das receitas não daria resultado imediato; adiou o sonhado superávit, na melhor das hipóteses, para o último ano do governo Lula; e, por fim, deixou encomendada uma crise para o próximo governo – que tomará posse em 2017 com uma curva ainda ascendente na relação dívida-PIB.  “A credibilidade do arcabouço está bastante abalada. O mercado duvida agora de qualquer meta”, afirmou um banqueiro à coluna.

O acúmulo de despesas obrigatórias faz o mercado prever um déficit de 0,8% do PIB para este ano, ante a meta (ainda mantida oficialmente) de equilíbrio das contas públicas. Mas é preciso que se diga que o ônus não deveria recair somente sobre o Executivo. Seja pela facilidade com que o Orçamento federal é capturado pelos interesses locais dos parlamentares, seja pela proposta absurda de restaurar reajustes salariais automáticos para juízes e procuradores, com um custo estimado de 42 bilhões de reais anuais, ou pela tentativa de protesto ao veto de Lula a 5,6 bilhões de reais em emendas parlamentares – que podem chegar a 50 bilhões este ano –, o Congresso demonstra um apetite insaciável. E pouco ou nenhum compromisso com a meta fiscal.

Entre as medidas em discussão, estão também a manutenção da desoneração da folha de pagamento de diversos setores da economia e a manutenção da alíquota reduzida do INSS para municípios com até 156.000 habitantes. Esse pacote-bomba já está bem embalado. “O governo está perdendo o controle rapidamente. Os ministérios (todos, exceto o de Fernando Haddad) estão isolados, desconectados da realidade, enfraquecidos e sem capacidade de articulação”, avalia um empresário. “O governo perdeu o Congresso“, afirma outro banqueiro. “Estou bem mais pessimista”, diz um empresário do varejo. “Ou o governo aplica um freio de arrumação rapidamente, e Lula adota uma postura mais central, ou teremos uma perspectiva muito ruim”, conclui.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.