Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Neuza Sanches
Negócios, Mercados & Cia
Continua após publicidade

Fundos exclusivos e offshore: o xeque-mate do governo nos super-ricos

Banqueiros chegaram à conclusão que não há lastro suficiente para absorver os investimentos dos super-ricos em fundos de renda fixa com isenção de IR

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 dez 2023, 08h00

O governo Lula deu um xeque-mate nos super-ricos com a aprovação do projeto de lei que aperta a taxação dos fundos offshore e exclusivos, na avaliação de banqueiros ouvidos pela coluna. Aprovado na última quarta-feira, 29, pelo Senado, o texto segue agora para sanção presidencial. Ele estabelece uma alíquota de 15% para os fundos no exterior. Já os fundos exclusivos de curto prazo terão uma alíquota de 20% e os de longo prazo, de 15%. A expectativa do governo, que corre atrás de receita extra para viabilizar a promessa de déficit fiscal zero no próximo ano, é de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões em 2024.

Segundo banqueiros, a migração dos investimentos dos fundos exclusivos e offshore para outros opções isentas de Imposto de Renda, como os fundos de debêntures incentivados, de previdência privada e fundos imobiliários não será, necessariamente, direta. E isso por uma razão financeira: não há lastro suficiente para absorção desses valores. Para se ter uma ideia, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), em 2022 foram resgatados mais de R$ 32,1 bilhões só dos fundos exclusivos. Neste ano, entre janeiro e outubro, os resgates ficaram na ordem R$ 13,7 bilhões. “É um xeque-mate do governo”, afirma um banqueiro, crítico da proposta.

O aperto na taxação foi aplaudido por quem vê no modelo atual dos fundos exclusivos e offshore uma vantagem desproporcional em relação ao grosso dos investidores. Mas, como esta coluna já mostrou, acabou dando asas nos corredores dos grandes bancos e administradoras de recursos para uma disputa que antes não era pública. De um lado, os super-ricos; do outro, os “rentistas”. Por essa versão, os super-ricos seriam “empreendedores”; os “rentistas” viveriam exclusivamente do dinheiro aplicado em outros tipos de fundos igualmente agraciados com algum tipo de benefício fiscal.

“Se o governo taxasse também os fundos de renda fixa, que alimentam os ‘rentistas’, a arrecadação chegaria a R$ 50 bilhões”, calcula outro banqueiro, também inconformado com a taxação do governo sobre os investimentos dos super-ricos. Essa é uma briga de quem tem muito dinheiro investido. O governo assiste de camarote.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.