Um líder em busca de uma guerra
Johnson terá que mostrar que está preparado para ser o líder que desejaria ser em momentos dramáticos

No final dos anos 30 do século passado, Winston Churchill, na noite em que foi confirmado como primeiro-ministro da Inglaterra, disse que finalmente dormiria tranquilo por saber que o seu país estava em boas mãos.
Em 1956, o então primeiro-ministro inglês, Anthony Eden, que havia servido com Churchill anos antes, queria ter vivido a mesma experiência. Aliados aos francês, tentou derrubar o governo egípcio que havia nacionalizado o canal de Suez. Não deu certo. Perdeu prestígio e saiu do posto.
As guerras podem fazer bem, momentaneamente, aos líderes ingleses. Churchill ganhou a guerra e perdeu as eleições. Eden perdeu a guerra que tanto queria contra os egípcios. Hoje, Boris Johnson, transita em uma situação que tem detalhes e armadilhas enfrentadas pelos líderes inglês do passado.
Estudioso e admirador de Churchill, Boris enfrentava a perda de prestígio por conta de festas durante a pandemia em Downing Street. O agravamento da crise na Ucrânia pode colocá-lo na linha de frente do conflito a partir do fato de que os russos têm investimentos fortes no Reino Unido. O anúncio de retaliações e como se posicionar na questão pode restaurar parte do seu poder.
Nesta terça-feira, Boris Johnson viajou para os países que fazem fronteira com a Ucrânia e a Rússia na Europa. Ao lado de autoridades da Polônia e da Estônia, reafirmou declarações duras contra os russos e pediu que a Rússia seja expulsa do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Mas a sua principal batalha será o desmonte do império que os oligarcas russos construíram no Reino Unido e das relações econômicas intrincadas com a Rússia. As guerras de hoje, ainda que parecidas com as do passado, não são iguais. São mais complexas. Johnson terá que mostrar que está preparado para ser o líder que desejaria ser em momentos dramáticos.
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo da VEJA! Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Edições da Veja liberadas no App de maneira imediata.