A Petrobras anunciou nesta terça, 16, uma mudança na PPI, a política de reajustes de combustíveis, criada na época do ex-presidente Temer e que se resumia a seguir a paridade internacional dos preços. A cotação do petróleo lá fora, mais a oscilação do dólar.
De um lado, o governo Lula conseguiu reduzir os preços dos combustíveis. Já anunciou queda de diversos derivados hoje. Isso sempre é bom para a popularidade do presidente e reduz também a inflação. Bolsonaro fez isso retirando os impostos, o que tirou dinheiro dos cofres públicos.
O problema é que não há muita clareza de como será a nova fórmula de reajuste. Ela pode levar a Petrobras a receber menos do que receberia pelos seus produtos, e isso reduziria seu lucro. O governo, como se sabe, é o grande beneficiário desses lucros porque é o maior acionista.
Outro efeito ruim, segundo os especialistas, é que se o preço ficar artificialmente baixo pode acabar levando os competidores da Petrobras – quem refina no Brasil ou quem importa – a desistir de negócios. E esse é o cenário mais complicado porque hoje a Petrobras não consegue refinar aqui dentro tudo o que o Brasil consome.