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Maílson da Nóbrega

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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história

Ritmo do PIB não deve se repetir no segundo semestre

Perda de renda real com inflação ainda elevada e os efeitos restritivos da política monetária tendem a desacelerar a atividade econômica no segundo semestre

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 1 set 2022, 19h02 - Publicado em 1 set 2022, 09h18

O PIB do segundo trimestre cresceu 1,2% em relação ao trimestre anterior, em termos dessazonalizados. No primeiro semestre, a economia acumulou expansão de 2,5%, igualmente dessazonalizados. Esse método será adotado daqui em diante. Analistas políticos têm utilizado esse desempenho para prognosticar um cenário favorável ao projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). A realidade pode, todavia, ser diferente, pois no segundo semestre poderá haver queda do ritmo da atividade econômica.

A expansão do primeiro trimestre foi disseminada entre os grandes setores, ainda que em ritmos e trajetórias distintas. Na agropecuária, após um início do ano com queda, o setor exibiu alta de 0,5% no segundo trimestre, o que se explica pelo crescimento da pecuária, em especial de carne bovinas, e da produção de milho. 

A indústria também cresceu no segundo trimestre (2,2%), impulsionada pela indústria de transformação – com a segunda alta consecutiva, após perdas em todos os trimestres de 2021 – e pela construção civil, que subiu 2,7%, mantendo a trajetória positiva iniciada no terceiro trimestre de 2021. 

Os serviços se expandiram 1,3%, de forma disseminada entre os subsetores, que foram beneficiados pelo desempenho de serviços presenciais. os quais captaram a fase final da normalização dessas atividades, à medida que a pandemia caminha para o fim. 

Pela ótica da demanda, o destaque positivo foi o consumo das famílias (crescimento de 2,6%), que foi favorecido pelo aumento da demanda por serviços e pela formação de capital fixo (4,8%), esta beneficiada pela expansão de seus principais componentes, a construção civil e o consumo de bens de capital.

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No segundo semestre, a atividade econômica perderá a contribuição dos efeitos do adiantamento de benefícios sociais, representados pela liberação do 13º salário dos aposentados e pensionistas, e da liberação de saques do FGTS. Ao mesmo tempo, a economia será favorecida pela contribuição das despesas com o Auxílio Brasil e com benefícios a caminhoneiros e taxistas, criadas pela PEC Kamikaze. 

Do lado contrário, a inflação reduzirá a renda real das famílias, diminuindo seu consumo, enquanto a demanda será impactada pelo ciclo de política monetária iniciado em outubro de 2021. Altas nas taxas de juros básicos do Banco Central influenciam negativamente a atividade econômica a partir do nono mês depois de adotadas, o que se prolonga geralmente por mais seis meses. Isso significa que as consequências dos juros mais altos tenderão a permanecer por muito tempo. 

Desse modo, o cenário dos próximos meses é de desaceleração do crescimento do PIB. Haverá, pois, um carregamento menor para a atividade econômica em 2023, quando se espera expansão de apenas 0,4%.

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