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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Dois erros de Bolsonaro no caso do reajuste do diesel

Preços de commodities mundiais não se regem pela inflação doméstica nem pelos custos locais de produção

Por Maílson da Nóbrega
Atualizado em 13 abr 2019, 13h56 - Publicado em 13 abr 2019, 13h53

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) justificou sua determinação de mandar suspender o reajuste do preço do diesel com uma contradição. Disse que não repetiria as políticas de controle de preço de governos anteriores (referia-se por certo à administração de Dilma Rousseff), mas queria ver a justificativa para o reajuste de 5,7% no preço do diesel Ora, se a Petrobras tem autonomia para estabelecer sua política de preços e se ele não vai intervir no processo, não faz o menor sentido exigir que a empresa justifique o reajuste do diesel.

Pior do que isso, o presidente cometeu dois erros típicos de pessoas que não conhecem o funcionamento do sistema de preços de commodities. Bolsonaro afirmou que exigirá explicações para um reajuste superior à inflação. Sugeriu em seguida que os custos domésticos deveriam ser considerados nessa questão.

O diesel, como subproduto do petróleo, é uma commodity comercializada nos mercados mundiais. Seus preços mudam, por isso, de acordo com duas variáveis, isto é, o preço internacional do produto e a taxa de câmbio entre o real e o dólar. Isso porque a Petrobrás adquire o petróleo por sua cotação em dólares norte-americanos e o vende com base na moeda nacional, o real. Logo, a variação doméstica do preço do diesel não pode ser comparada com a inflação no país. Pode ficar acima ou abaixo dos índices nacionais de preços.

O segundo erro é imaginar que se deve levar em conta o custo de extração de petróleo no Brasil e não os preços internacionais do produto. As commodities têm seu preço determinado pelos mercados mundiais. Por exemplo, o preço doméstico da soja, do milho, do trigo e de outras commodities não é formado por seus respectivos custos domésticos, mas por suas cotações internacionais.

É preocupante assistir ao presidente da República decidir sobre questões complexas sem consultar previamente as áreas técnicas do governo. Não à toa, Bolsonaro assustou os mercados e criou incertezas sobre os rumos da política econômica liberal defendida por seu ministro da Economia e com a qual ter-se-ia comprometido.

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