A eleição do Conselho de Administração da Petrobras pega fogo
Iniciada no meio da tarde, a reunião chegou a passar quatro horas paralisada e retomou com suspeita de manipulação do governo
É quente a assembleia ordinária realizada na Petrobras nesta quarta para eleger os integrantes do novo Conselho de Administração da estatal.
Iniciada no meio da tarde, a reunião chegou a ficar quatro horas paralisada em meio a suspeitas de manipulação. Há pouco, Marcelo Gasparino, um membro do conselho fiscal da estatal deixou a votação virtual em protesto contra manobras na votação:
“Como membro do conselho fiscal, não consigo compreender o que está acontecendo na eleição do Conselho de Administração e, para não dar a entender que poderia concordar com a forma como os votos estão sendo proferidos, eis que para todos os itens os acionistas votaram verbalmente, opto por anunciar que irei me desconectar, já que a mesa resolveu declarar nulos os votos já proferidos”.
O mais votado pelos fundos internacionais, representantes dos acionistas estrangeiros, (voto à distancia) é o advogado tributarista Leonardo Pietro Antonelli, com mais de 4 bilhões de votos.
Em segundo lugar surgem os candidatos do governo federal com 400 milhões de votos. O rolo é que depois dessa votação de Antonelli, o presidente da assembleia, Francisco Costa e Silva, suspendeu os trabalhos, segundo interlocutores que participam do processo, para dar tempo a uma articulação que faça a Caixa Econômica Federal mudar o voto no tributarista. O problema: depois de proclamado o resultado.
A estatal zerou o placar de votos e determinou uma nova votação. A pressão funcionou e, na nova votação, a Caixa passou a se abster. Tudo gravado em áudio e vídeo.
“Qualquer um pode mudar de voto, mas sempre antes da apresentação do resultado, sob pena de você alterar a própria vontade dos eleitores e gerar uma manipulação”, disse uma fonte do Radar.