Vacina indiana Covaxin foi vendida por até R$ 220 a dose para clínicas
Preço oficial de venda da farmacêutica Bharat Biotech é de 15 a 20 dólares
A Precisa Medicamentos, que intermediou a venda da vacina indiana Covaxin para o governo e empresas brasileiras, chegou a fechar contratos por até R$ 220 a dose da vacina com clínicas privadas, segundo contrato que o Radar Econômico teve acesso, o equivalente na época a US$ 40. Para o governo, a empresa fechou contrato para o fornecimento de 20 milhões de doses por cerca de R$ 80 a dose, ou US$ 15. O valor do contrato com o governo supera R$ 1,6 bilhão. Os contratos foram fechados entre janeiro e fevereiro deste ano. A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas chegou a anunciar em janeiro a compra de 5 milhões de doses com valores que variavam de US$ 32 a US$ 40, o que renderia um faturamento mínimo de R$ 800 milhões para a Precisa e cada clínica teve que pagar antecipado 10% do valor do contrato.
Apenas em abril deste ano, a Bharat Biotech, dona da vacina Covaxin, divulgou oficialmente que o preço de exportação da vacina seria entre US$ 15 e US$ 20. O jornal O Estado de S.Paulo mostrou nesta terça-feira, 22, que telegramas oficiais do governo brasileiro trocados com a Índia davam conta, em agosto do ano passado, que a vacina indiana não custaria nem US$ 1,50 .
O sócio da empresa, Francisco Emerson Maximiano, iria depor amanhã na CPI da Pandemia, mas avisou que não poderia comparecer por estar de quarentena por conta de viagem que fez à Índia. A CPI está de olho na empresa já que esta foi a única vacina vendida ao governo brasileiro por meio de um atravessador. Além disso, o governo comprou a vacina indiana mesmo sendo mais cara que as outras e sem ter a aprovação da Anvisa. O presidente Jair Bolsonaro costuma argumentar que não comprou antes a vacina da Pfizer porque não tinha aprovação da Anvisa.
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