Facebook não combate o ódio, a violência e a desinformação, diz ex-gerente
Rede social enfrenta sua pior crise desde Cambridge Analytica
Em setembro, o jornal The Wall Street Journal fez uma séria de reportagens com base em documentos internos do Facebook mostrando como a empresa sabia que as redes estavam prejudicado seus usuários, especialmente adolescentes meninas no Instagram, e nada fez para mudar isto. Ontem, foi ao ar o programa 60 Minutes com a própria denunciante. Frances Haugen é uma ex-gerente de produtos do Facebook e acusa a empresa de abrir mão da segurança dos usuários para ter lucro. Ela disse que a empresa mentiu sobre seus esforços para enfrentar o ódio, a violência e a desinformação na plataforma, apresentando “dezenas de milhares” de páginas de documentos como prova, que foram usados como base das reportagens do Wall Street Journal. Ela ainda diz que a empresa desfez prematuramente uma equipe de integridade civil que era responsável por proteger os processos democráticos e lidar com a desinformação após as eleições de 2020, nos Estados Unidos. Como se sabe, em janeiro, houve a invasão do Capitólio.
Esta é a maior crise enfrentada pelo Facebook desde o escândalo Cambridge Analytica, quando a rede foi usada para influenciar as eleições americanas que resultaram na vitória de Donald Trump. O Congresso americano está em cima, investigando a empresa, e Haugen deve ser ouvida nesta terça-feira, 05. A empresa diz que a acusação é enganosa. Em uma carta enviada a funcionários, publicada pelo New York Times e Financial Times, o chefe de assuntos globais Nick Clegg escreveu: “Honestamente, cabe aos perpetradores da violência e aos que estão na política e em outros lugares que os encorajaram ativamente.”