“Custo Bolsonaro” entra de novo em ação e bolsa cai
VEJA Mercado: possível interferência nos combustíveis e risco fiscal com precatórios desagradam os investidores
VEJA Mercado | Fechamento | 31 de agosto.
Custo Bolsonaro. Os analistas indicam que o mercado está estressado diante de tantos burburinhos e tantas incertezas quanto aos rumos do Brasil. Da famigerada PEC dos precatórios ao aumento do Bolsa Família, passando pela briga entre Banco do Brasil e Febraban e, hoje, à indicação de Bolsonaro de que o governo “irá trabalhar no preço dos combustíveis”. Todas estas tensões políticas e fiscais têm abalado o humor dos investidores. “A soma de inflação e desemprego continua alta, enquanto a popularidade do presidente segue em baixa, o que não permite a ele competitividade na eleição. A consequência é um presidente muito mais populista”, diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch. “Ele já havia tentando interferir nos combustíveis, mas a Petrobras está muito mais blindada do que outrora”. O Ibovespa fechou em queda de 0,80%, a 118.781 pontos.
Risco fiscal afeta todos os setores da economia. Do varejo ao turismo, das construtoras às siderúrgicas. “A visão é de que não se trata mais de um governo absolutamente liberal ou comprometido com reformas”, avalia Evandro Bertho, sócio-fundador da Nau Capital. As maiores quedas do dia foram de CSN, Americanas e Petrobras, que recuaram 4,99%, 4,24% e 3,92%, respectivamente. No lado das altas, poucos papéis se salvaram. A maior alta do dia foi da Braskem, que subiu 5,60% após a Petrobras reforçar que vai vender integralmente sua fatia na companhia. Os grandes bancos também subiram, num movimento que os analistas consideram de fuga para papéis mais estáveis.