Clima antecipado de eleição e Eletrobras derrubam a bolsa
VEJA Mercado: analistas acreditam que todos os passos do presidente são pensados na reeleição; resultado da Eletrobras e atraso na privatização decepcionam
VEJA Mercado | Fechamento | 17 de novembro.
A bolsa de valores segue em viés de baixa. Para os analistas, existe um clima antecipado de eleições que prejudica a economia e o mercado de renda variável. A inclusão de um eventual reajuste salarial para policiais e bombeiros na PEC dos Precatórios desagradou os investidores, que avaliam os passos do presidente Jair Bolsonaro como um direcionamento claro pensando na reeleição. “Começamos a viver as eleições muito antes da data. A PEC que fura o teto já tinha decepcionado o mercado e, agora, tem a inclusão de um reajuste para os policiais. O mercado passa a enxergar que tudo está voltado para a reeleição do presidente em 2022”, avalia Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital. O Ibovespa fechou em queda de 1,39%, 102.948 pontos.
Na sessão, a decepção do dia foi a Eletrobras, que apresentou um lucro de 965 milhões de reais no terceiro trimestre, uma queda de 65% em relação ao mesmo período de 2020. Além disso, as notícias de que a privatização da companhia pode atrasar também desagradaram os investidores. As ações fecharam em queda de 6,6%. Os bancos fecharam em leves altas, mas poucos papéis fecharam no azul. “Tenho a impressão de que o mercado está saindo das empresas alavancadas para apostar na liquidez dos grandes bancos”, diz Silva. Bradesco e Itaú subiram 0,44% e 0,4%, respectivamente. O dólar voltou a subir. A moeda americana fechou cotada a 5,524 reais, uma alta de 0,45%.
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