Bolsa tem repique e fecha em leve alta, mas não empolga investidores
VEJA Mercado: ativos recuperam parte das perdas de ontem, mas analistas dizem que cenário não inspira muita confiança
VEJA Mercado | Fechamento | 29 de setembro.
Subiu, mas não empolgou. Após derreter mais de 3% no pregão de ontem, o Ibovespa fechou esta quarta-feira em leve alta de 0,89%, a 111.106 pontos. Os analistas julgam que o movimento de hoje é apenas um repique em relação à queda de ontem, e que a bolsa ainda não mostra firmeza para recuperar os pontos perdidos no ano. “Tecnicamente, o índice segue em tendência de baixa e só vai conseguir reverter quando passar dos 115 mil pontos. Enxergo três setores estratégicos que poderiam reverter esse cenário: o bancário, o de mineração e o varejo. Contudo, as muitas incertezas em relação à inflação, aos juros e à economia chinesa não inspiram confiança nesse sentido”, avalia Rodrigo Barreto, analista da Necton Investimentos.
Ainda no cenário doméstico, nem mesmo a criação de vagas de emprego acima do que se esperava animou o mercado, que prefere se atentar aos precatórios e ao Bolsa Família. “Paulo Guedes disse que a PEC dos precatórios e as reformas do IR e administrativa acalmariam o mercado, e, de fato, são pontos fundamentais para o novo Bolsa Família, por exemplo. Resta saber quando isso vai acontecer”, diz Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.
No lado das altas de hoje, Petrobras e Vale recuperaram parte das perdas e sustentaram a leve alta do índice, subindo 1,59% e 1,27%, respectivamente. A Braskem disparou 9,6%, após a Idesa, uma de suas controladas no México, assinar um aditivo para quitar pendências contratuais no país e um convênio para apoiar a construção de um terminal de importação de etanol, que atenderia toda a necessidade de matéria prima da Idea por lá.
O Banco Inter segue em queda livre na bolsa. Hoje, a queda foi de 3,70%. O papel caminha para fechar o mês em uma desvalorização de 25% em meio à desconfiança dos gestores e da B3 sobre os números de provisionamento da empresa, que fogem dos cerca de 7% praticados pelos players desse setor. A B3 questiona o banco se existem fatores que expliquem a volatilidade das ações. Vale lembrar que o Banco Inter estaria conversando com a Stone sobre uma possível fusão, segundo o jornal Valor, em um momento de perdas em empréstimos de 400 milhões de reais da empresa, que fizeram a Stone pausar a oferta de crédito e observar uma inadimplência maior do que o esperado.