Desnorteado, mercado financeiro busca direção após PEC dos Precatórios
VEJA Mercado: ainda com o assunto “teto de gastos” engasgado, bolsa negociou com volatilidade ao longo da semana
VEJA Mercado | Fechamento da semana | 01/11 a 05/11.
A PEC dos Precatórios foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, mas este é um assunto que ainda vai assombrar o mercado financeiro por um bom tempo, uma vez que há um longo caminho até a aprovação definitiva da proposta do governo que abre espaço no orçamento para o novo Bolsa Família. Dessa forma, os analistas apostam que a proposta fura-teto vai fazer a volatilidade na bolsa de valores perdurar por algum tempo. “Queremos uma definição o mais rápido possível, independente de qual seja. O mais importante para o mercado, agora, é ter uma decisão, um horizonte, alguma perspectiva para lá na frente, seja boa ou ruim”, diz Alex Gonçalves, sócio da RPS Capital.
Prova dos tempos incertos foi o próprio desempenho do Ibovespa ao longo da semana, que ficou marcada pela votação da PEC. Entre altos e baixos, o índice recuou 0,83% no período, a 104.824 pontos. Os balanços das empresas no terceiro trimestre, que têm agradado os analistas e tinham ficado em segundo plano, ganharam relevância na sessão de sexta-feira, 5, quando o Ibovespa avançou 1,37%. “Os resultados têm sido espetaculares, mas a todo instante são ofuscados pelo risco Brasil”, diz Murilo Breder, analista da Nu Invest. Em outras palavras, os investidores querem apostar na bolsa e as empresas têm respondido aos acionistas de forma satisfatória, mas a tempestade em Brasília precisa passar para os investidores, quem sabe, voltarem a lucrar no mercado de renda variável.