Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO

Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Promessa de Bolsonaro de reduzir a carga tributária é inviável

As despesas obrigatórias da União – pessoal, Previdência, educação, saúde e juros da dívida pública – já superam 100% da arrecadação federal

Por Da Redação
Atualizado em 21 out 2018, 17h57 - Publicado em 21 out 2018, 17h53

O presidenciável Jair Bolsonaro mostrou-se hoje confiante em cumprir a promessa de reduzir a carga tributária. Para ele, se deixar a carga tributária como está, “temos a certeza que o Brasil quebra, então temos que arriscar”. Acrescentou que tem estudado a desoneração de impostos. “A desoneração tem que atingir de forma positiva todo setor produtivo brasileiro e não apenas alguns setores”. A questão foi posta na mesa de Paulo Guedes, seu assessor econômico, que teria manifestado sua concordância.

Acontece que essa promessa é inviável, a não ser se levada a efeito por mera irresponsabilidade fiscal. Isso porque as despesas obrigatórias da União – pessoal, Previdência, educação, saúde e juros da dívida pública – já superam 100% da arrecadação federal. Custa crer que um economista que supostamente detém informações mínimas sobre a situação fiscal do país possa ter concordado com a promessa.

A redução da carga tributária é desejável, mas isso somente seria possível se uma ampla reforma constitucional eliminasse as vinculações orçamentárias, pois a reforma da Previdência, mesmo que ousada a aprovada, não seria capaz de criar espaço para essa medida no próximo período de governo.

Se o novo governo optar por tal iniciativa, o efeito será a elevação substancial do déficit fiscal da União. Ficaria impossível reverter a situação de déficit primário (que exclui os juros da dívida), o que aceleraria a relação entre a dívida pública e o PIB, aumentando os riscos de insolvência do Tesouro. Haveria rápida deterioração da confiança e da gestão macroeconômica, podendo resultar em inflação sem controle.

Certamente Bolsonaro desistirá dessa promessa se, como é provável, vencer as eleições do segundo turno. Antes mesmo de tomar posse, anunciaria seu compromisso com a responsabilidade fiscal. Do contrário, o mercado financeiro mudaria rapidamente o seu otimismo, provocando desvalorização cambial e aumento dos juros futuros e dos prêmios de risco. O novo governo assumiria em ambiente de crise de confiança.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.