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PIB: Setor privado puxa crescimento da economia brasileira em 2019

Ainda que lentamente, país se recupera, impulsionado por consumo e investimento; desempenho da indústria decepciona e preocupa

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 5 mar 2020, 10h56 - Publicado em 4 mar 2020, 09h55

Ainda que lentamente, a economia brasileira continuou crescendo no quarto trimestre de 2019. Segundo divulgação feita há pouco pelo IBGE, a expansão do período, em termos dessazonalizados, foi de 0,5%, relativamente ao trimestre anterior. Isso garantiu expansão anual de 1,1% no PIB. Mais uma vez, o desempenho apoiou-se nos gastos do setor privado em consumo e investimento, ainda que este tenha caído no quarto trimestre.

O consumo das famílias cresceu 0,5% no quarto trimestre, em termos dessazonalizados. No comparativo com o mesmo trimestre de 2018, a expansão alcançou 2,1%. No caso dos investimentos, o quarto trimestre apontou redução de 3,3% sobre o terceiro, o que se explica pelo cômputo, no terceiro trimestre, da importação fictícia de plataformas de petróleo. Elas foram fabricadas no Brasil, mas, para permitir o aproveitamento dos benefícios do Repetro, sofreram uma mutação formal e foram computadas, naquele trimestre, como importadas do exterior. No acumulado de 2019, a formação bruta de capital cresceu 2,2%, um indicador de retomada dos investimentos na economia.

Pelo lado da oferta, o destaque coube, mais uma vez, aos serviços, que cresceram 0,6% no quarto trimestre, dados dessazonalizados. No ano de 2019, os serviços aumentaram 1,3%, acima, pois, da expansão do PIB. A indústria continuou decepcionando: expandiu-se 1,5% no quarto trimestre, comparativamente ao quarto trimestre de 2018, mas no exercício de 2019, o PIB do setor cresceu apenas 0,5%.

O PIB da agropecuária caiu 0,4% no quarto trimestre dessazonalizado – devido basicamente a fatores sazonais –, mas cresceu 0,4% sobre o mesmo período de 2018. Seu PIB expandiu-se 1,3% em 2019, mais uma vez acima do desempenho total da economia. O setor externo deu contribuição negativa em 2019. As exportações caíram 2,5%, enquanto as importações aumentaram 1,1% no exercício. O setor público continua em processo de ajuste e por isso impactou negativamente o PIB em 0,4%.

Os dados decepcionantes da indústria, influenciados pelo desempenho sofrível da indústria de transformação, indica que existe algo de errado no setor. A forte depreciação cambial dos últimos meses teria acarretado, em tese, ganhos de competitividade, mas isso não se traduziu em reação sensível nas suas exportações.

É verdade que as vendas externas de veículos e bens de capital sofreram o impacto da crise da Argentina, mas parece existir algo mais para justificar sua quase estagnação. O candidato mais viável para explicar a situação da indústria pode ser a baixa produtividade do setor, em grande parte devido à sua desatualização tecnológica.

As reformas em curso, se aprovadas, poderão contribuir decisivamente para um melhor desempenho da indústria nos próximos anos, particularmente a reforma tributária – que livrará o país do caos da tributação do consumo, em especial o do ICMS – e os investimentos em infraestrutura de transportes, que influenciarão positivamente a operação da logística. Torçamos.

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