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Mortes por Covid-19: a estatística inadequada de Pazuello

Ex-ministro da Saúde usa números absolutos para falar da vacinação e colocar o país em quarto lugar; em termos proporcionais a população, país é o 57º

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 20 Maio 2021, 17h07 - Publicado em 19 Maio 2021, 16h33

Na abertura de seu depoimento desta quarta-feira, 19, na CPI da Pandemia, o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, equivocou-se ao comemorar que o Brasil seria o quarto país do mundo em vacinação. Ficamos, disse, atrás apenas dos Estados Unidos, da Índia e da Rússia. A fala é inadequada. Comparações internacionais devem ser feitas em termos relativos, não em valores absolutos. Isso porque os países diferem entre si quando se consideram certas grandezas como carga tributária, gastos em educação e saúde, renda per capita, e assim por diante. Essa forma tem sido adotada também pelo presidente Jair Bolsonaro e outros membros do governo. 

Se quisermos, por exemplo, comparar a carga tributária do Brasil com a de outros países, devemos utilizar sua relação com o PIB. Assim, nossa carga tributária, de 32% do PIB, é maior do que a dos Estados Unidos, de 24,3%% em 2018. Se olharmos pelo valor absoluto, os Estados Unidos arrecadam muito mais, cerca de 11 bilhões de dólares, enquanto o Brasil arrecada menos de 0,5 bilhão de dólares. Ou seja, proporcionalmente, o governo americano recebe muito mais tributos do que o brasileiro. 

Se o ex-ministro estivesse correto em sua comparação, assistiríamos a muitos absurdos. Por exemplo, o Chile, que tem uma população de 18,5 milhões de habitantes, vacinou 47,5% da população, ou seja, 8,7 milhões. Enquanto isso, o Brasil vacinou 17% da população, ou 36 milhões de pessoas. Proporcionalmente, pois, o Chile vacinou quase três vezes mais do que o nosso país. Essa é a comparação correta, ou seja, a de medir o esforço proporcional de cada país. 

Por esse critério, o Brasil está em 57º lugar no mundo em seu esforço de vacinação; não em quarto lugar. Para ser menos adequado, o general Pazuello deveria ter acrescentado que estamos em terceiro lugar no número de mortes. Seria mais coerente. 

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