Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Profeta do caos’, Delcídio classifica Mercadante como ‘amigo da onça’

Em entrevista a jornal, senador afirma que "todo mundo sabe" de suas desavenças com o ministro da Educação no Senado e ironiza Edinho Silva

Por Da Redação
16 mar 2016, 09h14

“Eu não sou vilão. Eu não sou bandido. Eu sou um profeta do caos”. É assim que o senador Delcídio do Amaral (afastado do PT-MS) se identifica após a homologação da delação premiada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e da revelação, feita pelo site de VEJA, de que o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, atuou para silenciá-lo. Delcídio falou ao jornal Folha de S. Paulo sobre sua colaboração com a Justiça.

Ao jornal, o senador classificou Mercadante, que lhe ofereceu ajuda financeira, política e jurídica em troca de seu silêncio, como “amigo da onça”. “Amigo? Ele é amigo da onça! Onde ele era meu amigo? Minha história toda no Senado é de briga com ele. Todo mundo sabe disso”, recorda Delcídio. Diálogos entre Mercadante e um assessor de Delcídio, gravados e entregues à Procuradoria Geral da República, mostram o ministro prometendo, além de suporte financeiro à família de Delcídio, usar a influência política do governo junto ao Senado e ao STF para tentar evitar a cassação do senador e conseguir sua libertação. Em entrevista coletiva após a revelação das gravações, Mercadante disse esperar “que esse país valorize a solidariedade, o companheirismo, o gesto de generosidade, de caridade com as pessoas num momento de tragédia pessoal”.

Segundo o senador, as ofertas e o pedido do ministro para que ele não “desestabilize tudo” fazem “cair por terra” a argumentação do governo de que não buscou intervir no curso das investigações da Operação Lava Jato.

Delcídio do Amaral também falou sobre o ministro da Secretaria de Comunicação Social do Governo, Edinho Silva, tesoureiro da campanha da presidente em 2014. “Esse aí não aguenta um empurrão”, disse à Folha.

Continua após a publicidade

Candidato derrotado ao governo do Mato Grosso do Sul em 2014, Delcídio revelou em sua delação premiada ter procurado Edinho para que ele o ajudasse a abater uma dívida de um milhão de reais de sua campanha com a FSB Comunicação e a Black Ninja, de Zilmar Fernandes, ex-sócia do marqueteiro Duda Mendonça.

Edinho teria proposto, de acordo com o senador, que ele pedisse às empresas credoras a emissão de notas fiscais nos valores devidos, mas que colocassem o laboratório farmacêutico EMS como cliente dos serviços. Delcídio conta que a FSB e a Black Ninja apresentaram notas fiscais e pagaram impostos sobre elas, mas não quiseram receber do laboratório quando vieram à tona denúncias de corrupção contra o EMS. As empresas “cancelaram as notas fiscais e ficaram no prejuízo”, relata Delcídio em seu depoimento. Sem solução e “com as contas penduradas”, o senador foi orientado a procurar o ministro Aloízio Mercadante, que orientou Delcídio a procurar o presidente do laboratório farmacêutico.

LEIA MAIS:

EXCLUSIVO: governo tentou comprar o silêncio de Delcídio do Amaral

Edinho Silva sugeriu a Delcídio que laboratório pagasse dívidas de campanha em 2014

(da redação)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.