“Ligação Billings-Alto Tietê ficará pronta até setembro”, diz Alckmin
A obra é uma das principais medidas do governo estadual para combater a crise hídrica em SP
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), participou na manhã desta segunda-feira da cerimônia de lançamento da obra que vai ligar a represa Billings ao sistema Alto Tietê, uma das principais obras do governo estadual para combater a crise hídrica – e que vai atrasar ao menos três meses.
Antes prevista para o fim de maio, a obra, que acrescentará 4 metros cúbicos por segundo à vazão do manancial – e orçada em 130 milhões de reais pela Sabesp -, deve ficar pronta apenas na segunda quinzena de agosto. No evento, o governador prometeu a obra para setembro, no máximo. “Estou mais cauteloso”, justificou em tom de brincadeira.
Sistema Rio Grande abastecerá parte da capital paulista
SP: a tecnologia contra o rodízio de água
Dois técnicos da Sabesp desaparecem na Represa Billings
O projeto inicial era entregar a obra em duas etapas, cada uma acrescentando 2 m³/s de capacidade no fornecimento de água. Segundo o governo, optou-se agora por fazer em uma etapa só, com um canal apenas, mais largo, que agregará de uma só vez a vazão de 4 m³/s. Na última semana, Alckmin chegou a negar que houvesse atraso na obra, mas, nesta manhã, admitiu a demora, e disse que o governo preferiu seguir todos os trâmites de licenciamento ambiental.
Segundo a secretaria de Recursos Hídricos, a última licença para a obra, dada pela Cetesb, saiu na última quinta-feira. “A Billings é uma gigante, impressionante o tamanho da represa, então não há nenhum problema”, disse o governador.
Alckmin repetiu a argumentação de que hoje o risco de racionamento é baixo e reforçou que, com todas as obras planejadas pelo Estado, “São Paulo ficará com uma superestrutura para enfrentar as mudanças climáticas e secas que possam acontecer”, em destaque as obras do São Lourenço e de interligação com a bacia do Paraíba do Sul.
O governador evitou se comprometer, mas deu a entender que não trabalha com a hipótese de racionamento de água ao menos neste ano. “Embora a engenharia seja uma ciência exata, tem muitas interfaces, então é preciso ter cautela. Mas eu diria que todo trabalho é feito para não ter racionamento, para não ter rodízio”, afirmou.
Alckmin também reforçou o seu tradicional agradecimento à população que, segundo ele, tem contribuído bastante ao economizar água. O governador afirmou que 83% da população reduziu o consumo. Ele também garantiu a continuidade da política da Sabesp de oferecer bônus para quem consumir menos.
(Com Estadão Conteúdo)