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Fundador da PIP admitiu uso de prótese não homologada, diz imprensa francesa

Jean-Claude Mas reconheceu, em declaração de 2011, que usava o gel porque ele era mais barato e de melhor qualidade

Por Da Redação
6 jan 2012, 10h49

Jean-Claude Mas, fundador da empresa fabricante das próteses mamárias Poly Implant Prothèse (PIP), confessou à polícia que era consciente de que suas próteses não estavam homologadas. Em interrogatório realizado em 2010 e divulgado nesta sexta-feira pela imprensa francesa, Mas, que segue procurado pela justiça, declarou que não tinha “nada a dizer” às potenciais vítimas dos rompimentos dos implantes.

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Mas reconheceu ter usado “conscientemente um gel não homologado” porque era mais barato, além de ter afirmado que as pessoas que apresentaram denúncias contra os implantes estavam interessadas em possíveis indenizações. O acusado ainda declarou à polícia que era “fácil” enganar o organismo que certificava as próteses, já que essa prática era uma tarefa “cotidiana”: “eu dava ordem de ocultar qualquer documento com rastro do gel PIP sem homologar e, em relação aos contêineres, os empregados se encarregavam de fazê-los desaparecer”.

Essas declarações foram feitas em novembro de 2010, quando Mas foi interrogado por uma unidade de investigação de Marselha depois de uma denúncia apresentada pela Agência Francesa de Segurança Sanitária e Produtos da Saúde (AFSSAPS).

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Perguntado sobre o motivo do uso desse componente nas próteses, Mas disse que o material “satisfazia completamente” suas necessidades e acrescentou que não tinha conhecimento de que as próteses pudessem trazer algum risco para a saúde. Em outra declaração, desta vez de outubro de 2011, Mas insistiu diante da polícia que havia escolhido o gel PIP porque “era mais barato (…) e de melhor qualidade”.

Denúncias – Na França, as autoridades sanitárias francesas anunciaram há poucos dias que 20 mulheres com os implantes PIP estão com câncer. No entanto, a AFSSAPS assegurou que não há um vínculo entre esses casos de câncer e os implantes, que estão sendo retirados do mercado. Aproximadamente 30 mil pacientes implantaram estas próteses somente na França, enquanto o fechamento da empresa deixou na rua uma centena de trabalhadores.

Após detectar problemas nos implantes, as autoridades francesas se comprometeram a cobrir os custos das extrações. Porém, o governo só financiará o reimplante se este tiver ligação com motivos médicos e não estéticos. No total, estima-se que entre 400.000 e 500.000 mulheres implantaram essas próteses no mundo todo.

(Com agência France-Presse)

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