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Eleições americanas podem ser decididas por mulheres solteiras

'Se a escolha se resumir a Hillary Clinton contra Donald Trump ou ela contra Ted Cruz, não tenho dúvidas de que as mulheres vão votar em Clinton', afirma analista política

Por Julia Braun
25 mar 2016, 12h46

Nunca antes na história dos Estados Unidos a população de mulheres solteiras foi tão grande e nunca antes essas mulheres tiveram papel tão decisivo em uma eleição presidencial como terão na de 8 de novembro de 2016. De acordo com o Census Bureau, a agência governamental americana encarregada pelas estatísticas demográficas, o país possui atualmente 107 milhões de pessoas com mais de 18 anos solteiras, que representam 45% de toda a população. Entre esse grupo de solteiros, 53% são mulheres.

Historicamente, as mulheres solteiras vêm se tornando cada vez mais poderosas na demografia eleitoral. Na corrida presidencial de 2012, elas representaram mais de 24% dos eleitores. Segundo o Centro de Participação Eleitoral, organização que incentiva a participação nas eleições, atualmente mais de 55 milhões de mulheres solteiras estão inscritas para votar, representando 25,6% de toda a base eleitoral americana e contingente suficiente para impactar os resultados da votação de novembro.

“De um modo geral, existem diferenças significativas na forma de votar entre mulheres solteiras e mulheres casadas, com as primeiras se voltando para o Partido Democrata e as últimas tendendo a ser um pouco mais conservadoras”, afirma a analista política e professora do Claremont Graduate University, Califórnia, Jean Schroedel.

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Os Estados Unidos vivem um período de reinvenção do papel feminino. As mulheres adultas estão cada vez mais independentes, seja social, econômica, sexual ou politicamente, e estão percebendo que não existe problema em não se casar. Os aspectos práticos dessa independência do casamento dão origem à necessidade de igualdade de remuneração, um salário mínimo mais elevado, serviços de saúde mais acessíveis, licenças familiares pagas e maior acesso a direitos reprodutivos. Essas pautas são defendidas atualmente pelos dois pré-candidatos à indicação do Partido Democrata.

Até agora, a identificação das mulheres solteiras com Hillary Clinton só foi superada pela campanha progressista de Bernie Sanders. Nas primárias democratas em Iowa e New Hampshire, Sanders conquistou a maior parte dos votos femininos. Em New Hempshire, de acordo com as pesquisas, o senador pelo Estado de Vermont ganhou 55% dos votos das mulheres, enquanto a ex-secretária de Estado ficou com 44%. Entre as mulheres solteiras, Sanders ganhou de Hillary por 26 pontos. Muito disso deve-se ao apelo que o candidato desperta nas jovens e à dificuldade de Hillary Clinton em executar uma campanha inspiradora.

Contudo, em uma disputa de Hillary contra Donald Trump nas eleições gerais, o cenário tende a mudar. “Se a escolha se resumir a Hillary Clinton contra Trump ou ela contra Ted Cruz, não tenho dúvidas de que as mulheres jovens vão votar fortemente na candidata mulher”, afirma Schroedel. Para a diretora e fundadora do Instituto de Política e Mulher da American University, Karen O’Connor, comentários depreciativos de Trump contra o sexo feminino, mexicanos e deficientes afastaram suas possíveis eleitoras. “Além disso, a força de Clinton com eleitoras negras ajudará a criar o que eu acredito que será a maior disparidade entre os sexos já vista em uma eleição presidencial”, opina O’Connor.

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Hillary também parece ter apelo com as mães americanas. Segundo a professora da Universidade Brandeis e estudiosa das consequências políticas da maternidade, Jill Greenlee, mulheres com filhos, casadas ou não, tendem a apreciar valores mais conservadores. “Porém, Hillary, que fala muito sobre seu papel como mãe e avó, pode se conectar com algumas mães”, afirma. Certamente é o que Hillary espera.

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