Papa reúne cardeais no Vaticano para debater pedofilia
É a primeira vez que Bento XVI aborda a série de escândalos de forma direta
Mais de 150 cardeais do mundo todo – entre eles os dois futuros cardeais latino-americanos, o equatoriano Raúl Vela Chiriboga, arcebispo emérito de Quito, e o brasileiro Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida – encontram-se em Roma para participar nesta sexta-feira de uma reunião com o papa Bento XVI sobre pedofilia.
Esta é a primeira vez que o pontífice abordará diretamente com o grupo de religiosos o tema dos escândalos de abusos sexuais contra menores cometidos por religiosos em vários países e que provocaram uma grave crise na Igreja católica. Os cardeais se reúnem na Sala Nova do Sínodo do Vaticano a portas fechadas para discutir o delicado assunto, que pôs à prova o prestígio da instituição milenar.
Além da pedofilia, também será abordada a liberdade religiosa no mundo, a liturgia e a constituição Anglicanorum Coetubus, através da qual foi autorizada há um ano a entrada de centenas de anglicanos à Igreja católica. Presidido pelo papa, o chamado “dia de reflexão e oração” para debater “a resposta da Igreja frente aos abusos sexuais” foi organizado na véspera do Consistório para a “criação” de novos cardeais.
Nomeação – No sábado, o papa concederá o título cardenalício a 24 novos religiosos, entre eles Damasceno Assis, que também é presidente da Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam). Durante a cerimônia, entre as mais solenes, o pontífice entregará o anel e o barrete de cardeal aos novos “príncipes da Igreja”.
Na parte da tarde, os novos cardeais receberão a tradicional “visita de cortesia” nas várias salas do palácio apostólico. Com as novas designações, o número de cardeais com direito a voto em um eventual Conclave pela morte do papa chega a 121 membros.
(Com agência France-Presse)