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Aristide volta ao Haiti e pede fim de exílio e golpes de estado

Ex-presidente retorna, após sete anos, às vesperas das eleições

Por Da Redação
18 mar 2011, 17h45

O ex-presidente do Haiti Jean Bertrand Aristide, que retornou nesta sexta-feira ao país após sete anos de expatriação, pediu o “fim do exílio e dos golpes de Estado”. Em discurso na parte externa do aeroporto internacional Toussaint Louverture, na capital haitiana, Aristide, que se refugiou na África do Sul em 29 de fevereiro de 2004, após um golpe de Estado, advogou também pelo “fim da exclusão” no país, o mais pobre da América. O retorno se dá a menos de 48 horas do pleito que decidirá o novo presidente do país, depois de meses de uma crise gerada por fraudes eleitorais.

O ex-presidente garantiu que retornou à nação para “semear a paz” e defendeu a necessidade de “acabar com toda forma de violência”. Ressaltou ainda que, apesar de seus anos no exterior, sempre manteve o “mesmo amor” por seus compatriotas e pretende trabalhar pela educação. Ao fim do discurso, Aristide cumprimentou às autoridades do Haiti e da África do Sul, à delegação de personalidades que lhe acompanharam no voo e os diplomatas e representantes de organizações nacionais e internacionais que estavam presentes.

Histórico – Em seu discurso, Aristide não esqueceu de lembrar que “a nação está gravemente doente” e citar todos os problemas pelos quais o país tem passado. É difícil pensar em males que não tenham afligido o Haiti. Saqueado durante 29 anos por uma ditadura sangrenta, rígida e sem respeito aos direitos humanos, o país caribenho figura hoje na ponta final do ranking de IDH mundial. Estadeia apenas uma nota 0,404 no índice que vai de 0,0 a 1,0 e uma expectativa de vida que não chega aos 62 anos.

A pobreza quase absoluta em que o país foi abandonado após a fuga do ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o “Baby Doc”, em 1896, não foi aliviada até os dias atuais. Pelo contrário: em 2010, foi agravada por um terremoto que deixou para traz 230.000 mortos e 2 milhões de desabrigados. E, na mais atual de suas mazelas, o Haiti foi assolado por uma epidemia de cólera que já fez mais de 4.000 vítimas.

Não bastasse os castigos a que o país foi submetido pela natureza, os resultados das últimas eleições presidenciais e parlamentares, de novembro de 2010, foram contestados por parcelas da população local e pela comunidade internacional, mergulhando o Haiti em um vácuo de poder que, se espera, será resolvido com as eleições deste domingo.

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Passado – Aristide foi o primeiro presidente eleito democraticamente do Haiti em 1991. Ele serviu por mais duas legislaturas entre 1994 e 1996 e 2001 e 2004 – nas duas ocasiões foi retirado do poder por golpes de estado. Em 2004, ele deixou o país com a ajuda dos EUA e está em exílio desde então.

(Com agência EFE)


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