O clima de tensão que cercou o pré-jogo e o andamento da partida entre Fluminense e Internacional na noite desta quinta-feira, no Engenhão, deu lugar ao desabafo dos tricolores nos dois gols, de Souza e Rafael Moura, e após o apito final do juiz. Visivelmente incomodados com o episódio dos ‘caipisaquês’, que marcou o clube durante o dia, os jogadores saíram em defesa de Fred.
O atacante, que se envolveu em polêmica com torcedores na última terça, após ser cobrado por estar até a madrugada em um bar, no qual consumiu, junto a um grupo de amigos, 60 caipisaquês, pediu para não ser escalado no duelo. Para o meia Souza, a situação a que o companheiro foi exposta é inadmissível.
‘No meio do dia ele teve de sair da concentração, um companheiro nosso. Então eu dedico essa vitória para ele. Isso não existe, torcedor seguir atleta, isso é caso de polícia. Fora de campo, p…, cada um sabe o que tem de fazer. A gente tem família também. Daqui a pouco a gente vai ter que ficar dentro de casa, indo de casa para o trabalho’, comentou.
Quem também se solidarizou com o centroavante foi o seu parceiro tanto no ataque quanto na polêmica, Rafael Moura. ‘Eu dedico meu gol para o Fred, que está passando por um momento difícil e não pôde entrar em campo para nos ajudar’, disse.
Na entrevista coletiva após o triunfo, o técnico Abel Braga foi mais um a mostrar exaltação. Com a cara avermelhada e bradando que só iria falar sobre o assunto uma vez, ele protestou contra o desenrolar do episódio e defendeu a postura de seu atleta, que preferiu não entrar em campo.
‘O jogador na sua folga, conversando conosco, faz o que bem entender. Hoje eu vou beber, vou sair com a minha família para comemorar. Se o meu jogador não está focado na partida, ele não vai jogar. O mesmo aconteceu com o Marquinho, contra o Coritiba, há duas semanas, e minha posição foi a mesma. Queria ter o meu capitão, meu líder, meu jogador da seleção aqui comigo, mas não foi possível. Ganhamos, mas se nós perdemos o Fred não teria culpa nenhuma’, disparou.